Uma equipe de cientistas da Universidade de Victoria, no Canadá, e da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, relatou a detecção do sistema estelar menos intenso já encontrado. Batizado de Ursa Major III / UNIONS 1 (UMa3/U1), ele é considerado o agrupamento estelar menos luminoso já observado pela comunidade científica, situado a aproximadamente 30 mil anos-luz de distância da Terra.
Devido à sua natureza extremamente fraca e pequena, esse sistema permaneceu invisível por um longo período. No total, ele compreende apenas 60 estrelas, abrangendo cerca de 10 anos-luz de diâmetro. Além disso, UMa3/U1 possui uma massa 16 vezes maior que a do Sol e é aproximadamente 15 vezes menos massivo do que a galáxia anã mais tênue já identificada.
O sistema estelar foi identificado utilizando o espectrógrafo Deep Imaging Multi-Object Spectrograph (DEIMOS) do Observatório Keck. Com base nesses dados, os cientistas confirmaram sua ligação gravitacional, mas ainda estão em busca de determinar se a descoberta se trata de uma galáxia anã ou de um aglomerado de estrelas.
A detecção inicial de UMa3/U1 foi realizada através dos instrumentos astronômicos Ultraviolet Near Infrared Optical Northern Survey (UNIONS) e Pan-STARRS, com os resultados do estudo sendo publicados na revista científica The Astrophysical Journal.
“UMa3/U1 está localizado na constelação da Ursa Maior, lar da Ursa Maior. Está relativamente próximo, a cerca de 30.000 anos-luz do Sol. UMa3/U1 permaneceu indetectável até agora devido à sua luminosidade extremamente baixa”, explicou Simon Smith, o principal autor do estudo e estudante da Universidade de Victoria, em um comunicado oficial.
Atualmente, os pesquisadores ainda não conseguiram determinar com precisão a natureza do sistema estelar. Uma das possibilidades é que UMa3/U1 seja uma galáxia anã com uma quantidade consideravelmente reduzida de matéria visível, possivelmente rica em matéria escura. Essa descoberta poderia abrir novas oportunidades para estudar mais profundamente a matéria escura na região.
A outra possibilidade é que UMa3/U1 seja um aglomerado estelar próximo do fim de sua existência, possivelmente devido às forças gravitacionais da Via Láctea. Os cientistas sugerem que a primeira opção seria mais significativa para a humanidade, pois apoiaria a hipótese do Lambda Cold Dark Matter (LCDM) – uma teoria que explica a estrutura e evolução do universo.
“Este objeto é tão insignificante que sua sobrevivência a longo prazo é altamente surpreendente. Era de se esperar que as forças de maré intensas do disco da Via Láctea já tivessem desintegrado o sistema, não deixando qualquer vestígio observável. O fato de o sistema parecer intacto apresenta duas possibilidades igualmente intrigantes. Ou UMa3/U1 é uma pequena galáxia estabilizada por grandes quantidades de matéria escura, ou é um aglomerado estelar que estamos observando em um momento muito especial, antes de seu desaparecimento iminente”, explicou Will Cerny, outro autor do estudo e estudante de pós-graduação da Universidade de Yale.
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