Os Doritos não começaram como o tão popular triângulo de queijo fluorescente que todos nós conhecemos e amamos. Originalmente era um salgadinho do tipo tortilha bem comum e nada popular.
Em seguida, houve um avanço. O executivo da Frito Lay, Arch West desenvolveu uma maneira de adicionar o saboroso aroma de taco ao insosso salgadinho de farinha de milho frito. Bastou encontrar os produtos químicos certos.
Em seu novo livro “O Efeito Doritos”, o autor Mark Schatzker investiga a explosão da tecnologia de sabor e sua relação com alimentos naturais e integrais que simultaneamente estão se tornando cada vez “menos deliciosos”. Você já se perguntou por quê?
“Sabores sintéticos em alimentos estão cada vez mais desejáveis, ao mesmo tempo em que os alimentos naturais estão a perdendo o sabor,” diz Schatzker. Os seres humanos têm acidentalmente se programado para gostar de alimentos menos saudáveis porque pensamos que todos os alimentos – até mesmo os naturais – devem ser uma explosão de sabor. E muitos alimentos integrais agora otimizados para parecerem bonitos na prateleira, em vez de gostosos.
“A evolução não nos programou para engordar – nós simplesmente nos ensinamos a desejar os alimentos errados,” diz Schatzker em seu website.
Sabor e nutrição estão ligados. Por milhões de anos, os diferentes componentes de sabor dos alimentos informou aos nossos corpos os nutrientes neles contidos, e nós desejávamos esses alimentos quando precisávamos seus nutrientes associados. “Agora nós criamos alimentos com gostos deliciosos, mas ao contrário dos alimentos na natureza, esses sabores não são associados à nutrientes”, diz Schatzker.
Esta mudança de nossos desejos não é por causa de uma mudança na nossa paladar. É porque temos enganado nossos cérebros e corpos em pensar que o material artificial está nos dando o que o material real dá. Schatzker diz: “Agora que nós quebramos essa conexão entre sabor e nutrição, criando sabores sintéticos, criamos alimentos que contam uma emocionante, mas enganoso mentira nutricional”.
O que mudou é a forma como percebemos o sabor. Como as pessoas sentem um sabor semelhante tanto no refrigerante de laranja quanto numa laranja real, nossos cérebros pensam que estamos recebendo os mesmos nutrientes de ambos os alimentos. Mas o refrigerante de laranja é doce e borbulhante, então ensinamos (erradamente) aos nossos paladares que podemos receber vitamina C e outros nutrientes a partir de bebidas gaseificadas, e começamos a desejar isso muito mais que o produto natural. Por que comer uma laranja quando podemos ter uma explosão sabor laranja através de refrigerante com açúcar?
Felizmente, de acordo com Schatzker, sabores naturais são mais variados e diversificados do que a comida processada que estamos acostumados a comer.
Essa batalha não é apenas sobre escolher o pepino ao invés do nugget de frango. É sobre o alimento que tem gosto de comida de verdade: o alimento que não foi modificado ou criado para durar mais tempo em um caminhão refrigerado que cruza o país; alimentos que podem estragar mais rápido, mas que tem um sabor infinitamente melhor quando estão frescos. O sabor que deveríamos desejar é a combinação de ingredientes naturais que são frescos e inalterados, não feitos para durar mais tempo ou ser mais bonitos.
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