Devido à extrema sensibilidade dos fenômenos quânticos ao ambiente, a maioria das tecnologias que os exploram depende de temperaturas criogênicas para operar.
Por isso, os “gabinetes” dos computadores quânticos consistem, na verdade, em dispositivos complexos e dispendiosos conhecidos como refrigeradores de diluição, que reduzem a temperatura de qualquer substância próximo do zero absoluto.
No entanto, recentemente, cientistas deram um salto significativo nessa área. Yohannes Getahun e sua equipe da Universidade do Texas em El Paso desenvolveram um material altamente magnético, superando a magnetita em magnetismo por um fator de 100, e o mais notável é que ele funciona em temperaturas ambiente.
Embora ímãs comuns estejam presentes em nosso entorno diário, os computadores quânticos requerem propriedades magnéticas tão intensas que só podem ser mantidas de forma estável em temperaturas extremamente baixas, em torno de -237 ºC. Este novo material é capaz de atender a esse requisito crítico.
[Imagem: Getahun]
Após uma busca de quatro anos por novos materiais magnéticos para impulsionar a computação quântica, finalmente encontramos sucesso – e com a vantagem adicional de não depender de elementos de terras raras.
O superímã que funciona à temperatura ambiente é o resultado de uma combinação de materiais conhecidos como aminoferroceno e grafeno. O aminoferroceno (C12H12FeN2) é um composto orgânico derivado do ferroceno organometálico, no qual um dos átomos de ferro é substituído por um grupo amino (NH2).
“Eu estava realmente cético quanto ao seu magnetismo, mas nossos resultados mostram claramente um comportamento superparamagnético,” afirmou o professor Ahmed El-Gendy. “Ninguém havia preparado um material como este antes. Acredito que poderemos criar um computador quântico funcionando à temperatura ambiente com ele.”
Ainda há trabalho a ser feito, pois a síntese do material se mostra desafiadora. A equipe já está empenhada em aprimorar o processo de fabricação e está buscando colaborações com especialistas em computação quântica para realizar os primeiros testes práticos.
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