A poucos dias do fim do contrato, mantido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) corre o risco de fechar a portas. O instituto teve um orçamento aprovado de R$ 88 milhões para este ano, dinheiro que é usado para manter mais de 100 funcionários, 45 professores e organizar anualmente as Olimpíadas de Matemática, e depende da renovação de contrato para ter o dinheiro liberado.
O Impa venceu o prêmio científico mais importante da França, o Louis D, que pela primeira vez é dado para matemática e para o Brasil. Em 2014, foi o ganhador da Medalha Fields, considerada o prêmio Nobel da matemática. Foi a única vez que um pesquisador brasileiro e da América Latina recebeu esse prêmio criado nos anos 30.
Mas tudo isso está por um fio, o contrato com o governo encerra no dia 30 de maio. Estando a 11 dias do vencimento, o contrato com os ministérios não foi renovado, e ainda depende de análise de várias equipes, o que costuma demorar semanas. “Na eventualidade do contrato não ser assinado até o dia 30, no qual eu não quero acreditar, as atividades do Impa teriam que ser interrompidas”, afirma Marcelo Viana, diretor geral do Impa.
“Seria um grande atraso para a pesquisa no país. Atualmente tem mais de cem alunos no Impa que estão trabalhando com o que há de mais elevado no nível de matemática aqui no Brasil e então seria vergonhoso”, diz o aluno de doutorado Daniel Borges.
Em nota, o Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação disse que o processo de renovação do contrato com o Instituto seguiu a tramitação normal e será concluído dentro do prazo.
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