Neurocientistas da Universidade de Genebra (UNIGE), Suíça, em parceria com a Harvard Medical School, descobriram uma resposta para a ‘estratégia de ótima escolha’. Como nosso cérebro faz escolhas? Isso foi respondido usando um modelo matemático.
Nosso cérebro constantemente faz escolhas ao longo do dia, mas como isso realmente funciona? A pesquisa observa dois tipos de tomadas de decisões: perceptiva (tenho tempo para atravessar a rua antes que o carro se aproxime?) E com base em valores: (quero comer maçãs ou doces?).
Ao lidar com decisões baseadas em valores, os pesquisadores descobriram que nossos cérebros tomam decisões baseadas não no verdadeiro valor das escolhas possíveis, mas nas diferenças entre elas. Isso significa que ele está buscando recompensas máximas. Por que ele faz isso? Esta nova pesquisa investiga.
Nova pesquisa
A pesquisa observa que, quando a diferença nas escolhas é alta, a decisão é tomada rapidamente. Mas quando o contrário, essa escolha se torna mais difícil e leva mais tempo.
Um modelo matemático simples, projetado pelo pesquisador da UNIGE, Satohiro Tajima, destaca a estratégia ideal quando nos deparamos com duas opções.
O cérebro resume os valores que estão associados às memórias associadas às duas opções. Se tivermos experiências mais positivas, ou seja, memórias associadas à escolha, a decisão será tomada quando essa diferença chegar a um “valor limite”. Isso, por sua vez, determina o tempo que a decisão leva para tomar.
O modelo ajuda a tomar decisões rápidas, porque os valores associados às duas opções estão distantes. No entanto, uma diferença importante é observada quando as opções têm o mesmo valor. O cérebro leva mais tempo para atingir um limiar de decisão.
O motivo? O cérebro precisa de mais tempo para aproveitar as memórias para atingir um limiar de decisão e não pode tomar uma decisão rápida.
Mais de duas escolhas
O estudo também investiga escolhas que são mais do que duas. Para cada possibilidade, busca-se o máximo de recompensas e as memórias positivas associadas a cada escolha são levadas em consideração.
“O primeiro passo é exatamente o mesmo que ao fazer uma escolha binária: acumulamos as memórias de cada opção para podermos estimar o valor combinado”, explica Alexandre Pouget, professor da UNIGE.
Modelo matemático
Usando um modelo matemático, “a decisão se baseia na diferença entre o valor acumulado de cada escolha e o valor médio dos valores acumulados em todas as opções”, afirma o estudo.
Se as opções diferentes tivessem valores semelhantes, levaria mais tempo para a tomada de decisões, porque os valores das opções agora estão interferindo entre si.
“Fazer uma escolha simples pode levar 300 milissegundos, mas uma escolha complicada às vezes dura a vida toda”, observa o Pouget.
Isso explica por que às vezes nossas escolhas podem levar não apenas horas, mas às vezes anos. Este estudo não apenas mostra que o cérebro está fazendo alguns cálculos incríveis com base na diferença de valores e nas memórias que associamos a eles, mas também lança alguma luz sobre como algumas escolhas na vida precisam de mais tempo e pensamento. Precisamos sentir que uma escolha em particular tem o máximo de recompensas associadas a ela.
Os pesquisadores esperam continuar o estudo concentrando-se nas memórias de cada escolha e em como o cérebro processa a tomada de decisões em relação a informações desconhecidas, sem nenhuma lembrança associada a elas.
Este estudo foi publicado na Nature Neuroscience.
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