Continuando nossa conversa sobre diversos aspectos de interesse a respeito da inovação, vemos que algo que está sendo cada vez mais discutido é o problema da ética a ser pensada no ato de inovar. Então duas considerações valem a pena ser ponderadas, em uma breve discussão sobre esse assunto.
A primeira, a de que os inovadores, principalmente os que causariam algum tipo de disrupção, deveriam pelo menos tentar prever, ou pelo menos imaginar, quais os problemas sociais, econômicos, etc., que suas inovações poderiam provocar a médio e longo prazo. Por exemplo: vamos supor que seja desenvolvido um sistema de teletransporte, perfeitamente viável técnica e economicamente. Então, o que fazer como os problemas de imigração, transporte ilegal de drogas e dinheiro, etc.? Como ficaria a mobilidade internacional? Vamos para mais perto: em breve o Uber lançará seus táxis voadores totalmente autônomos; então, como ficará a legislação do tráfego aéreo, e os métodos de mobilidade urbana usuais?
A segunda: como “matematizar” a filosofia, nos campos éticos e morais? Um exemplo: um veículo autônomo (“dirigido” com base em um algoritmo) que se veja em uma situação de acidente inevitável, atropelaria uma mãe empurrando um carrinho de bebê, ou iria para cima de um ponto de ônibus, com várias pessoas, de todas as faixas etárias? A decisão teria que ser tomada por um algoritmo com decisões éticas…
Isto para não falar na moral e ética dos robôs, em nosso comportamento e no deles… A respeito, participei recentemente de uma interessante discussão sobre o seguinte assunto: quem “desligar” a Sofia, robô com direitos civis reconhecidos na Arábia Saudita, estará cometendo um assassinato, ou apenas desligando uma máquina?
Outro assunto que está sendo cada vez mais discutido é: estará o sistema educacional e muitas das metodologias que empregam, em todos seus níveis, preparando as crianças, jovens, e profissionais para este ambiente novo que a “era da cognição” nos traz? Creio que, se examinarmos bem esta questão, a resposta seria um redondo (mas medroso e conservador…) não…
Esse é um problema de grande magnitude, pois serão os que estão atualmente na etapa de se prepararem para vida, nos diversos níveis de escolaridade, é que conduzirão o futuro. Muitas pesquisas já levaram à conclusão de que, como aconteceu na Primeira Revolução Industrial, empregos e ocupações comuns daquela época desapareceram, mas outros e outras foram criados e criadas, mas exigindo maior qualificação. Por exemplo, de cocheiro para motorista… Sobre este assunto, há uma previsão séria de que em futuro próximo 47% das profissões que hoje conhecemos desaparecerão (mas outras serão criadas, é claro…). Mas com a velocidade com a qual as coisas estão acontecendo, e com o grau de sofisticação que será necessário, será um problema a adaptação a estas novas profissões e ocupações. Um exemplo, para confrontar com a do cocheiro/motorista: nas grandes fazendas da Austrália, muitos “cowboys” qualificaram-se como pilotos de pequenos e robustos helicópteros, dotados de marcante agilidade… Tudo isso para arrebanhar gado a longa distância, nas enormes fazendas daquele país, o que era feito por cavalos… É um salto e tanto em qualificação, se comparado ao do cocheiro para motorista…
É, bastante material para pensar, em temos de inovação, não é? Mas são problemas bem interessantes para trabalhar e resolver… É como sempre comento: “novas tecnologias, novo tipo de sociedade”, com todas suas novas nuances e características…
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