Mas que título esquisito! Paradoxo, de que? Explico: nunca a humanidade contou com meios de comunicação mais eficientes, fáceis de utilizar, e com alcance global… Que maravilha! E começamos com sinais de fumaça e bater de tambores… E então, onde está o paradoxo? Definitivamente, não está na correta utilização destes meios, é claro! Afinal, eles trouxeram grandes e boas mudanças em nossos meios de vida e progresso, influenciando definitivamente nosso caminhar neste mundo! Mas pode estar na utilização intensiva e desnecessária deles… Já pensou aquele cara que usava um tambor para avisar possíveis ameaças à tribo batendo nele, sem parar, dias e noites? Ou fazendo, no mesmo período de tempo, fumaça? Já teríamos uma poluição enorme naquele tempo, e ambos os sistemas de comunicação perderiam o sentido, além de perturbar de modo definitivo a tribo. Não é verdade?
Pois é… Cada vez se fala mais de pessoas estressadas, com baixa produtividade, desenvolvendo doenças profissionais de difícil recuperação, ou mesmo criando problemas nas relações familiares, particularmente ao longo desta época de pandemia… O fato é que, em um mundo dominado pela tecnologia, temos que aprender a colocar limites que sejam saudáveis em sua utilização. Parece óbvio, mas não é… Em sua maioria, particularmente no campo da mídia virtual, nos modelos de negócio dos aplicativos está presente a necessidade de utilizar nosso tempo e informações o máximo que puder – nenhum problema com isso, negócio é negócio, mas depende de nós entrarmos neste jogo ou não…
Um exemplo: um estudo recente descobriu que uma pessoa comum dá uma “olhadinha” em seu smartphone mais de 85 vezes por dia! Além disso, pode passar várias horas “navegando” na Web e usando aplicativos… Que coisa terrível!
No entanto, nós, seres humanos, somos feitos de modo que nenhum componente da vida deve ser visto ou utilizado constante e isoladamente… Se nos isolamos no nosso smartphone ou nosso laptop, o que pode acontecer com nosso trabalho, nossas relações humanas e familiares, nossa produtividade, nosso pensamento criativo, ou mesmo nossa saúde? Em conversa recente com médicos ortopedistas e oftalmologistas, eles me falaram de uma verdadeira epidemia de patologias na coluna vertebral e na capacidade visual de seus pacientes. Nem preciso dizer por que…
E quanto às crianças? Terrível! Devido à pandemia e consequente isolamento social, muitas se isolaram horas e horas em jogos eletrônicos, altamente rápidos e que exigem concentração total… Que efeitos isto poderá trazer, em médio e longo prazo? Se a falta de segurança nas ruas já as impedia de brincarem livremente, descobrindo coisas novas e aprendendo a viver na realidade, como ficaremos agora? Nem ouso pensar…
Confesso que eu mesmo, no início do isolamento social, caí nesta armadilha… Mas depois reparei que meu sono não era mais reparador, que me irritava profundamente a leitura de algumas redes sociais (além de nada me acrescentar de proveitoso…), que diminuí em muito meu nível de leitura e de pensamento divergente, e assim por diante… E mais: a cada momento dava a famosa “olhadinha”! E aí dei um basta, e confesso que não foi fácil: restringi os grupos dos quais participava, apenas consulto as redes sociais uma vez por dia, para verificar alguma notícia séria ou aviso importante, e para comunicar-me com a família e amigos queridos… Tudo melhorou, então!
Não sou de dar conselhos, mas pense, minha cara leitora, meu caro leitor, e experimente colocar estes fantásticos meios de comunicação a seu serviço, e não servir a eles. Vai ser muito bom!
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