Tive uma carreira bem longa como docente tanto na área de tecnologia, quanto na de ciências humanas; e também fiz minhas incursões na área de administração escolar. E sempre estive interessado em procurar aprender algoa mais a respeito de tudo o que me fosse possível para tentar melhorar como profissional. E assim tive oportunidade de visitar várias instituições de ensino, no Brasil e no exterior, e aprendi muito…
E estas andanças realmente me renderam muitos bons frutos. E gostaria de compartilhar com você, cara leitora, caro leitor, duas experiências que muito me marcaram pela criatividade, eficácia e, de certo modo, “saída da caixa”…
A primeira, na área tecnológica, pude apreciar em uma grande universidadealemã. Como já tive oportunidade de comentar, em vários “Engenharia em Pauta” anteriores, um bom engenheiro deve entender a fundo os conceitos básicos da ciência da engenharia, em seu ramo de atuação. Pois bem: na área de telecomunicações, na qual sou formado, existe um fenômeno extremamente importante, denominado “Ondas Estacionárias”. O caso é o seguinte: entre um determinado transmissor, de qualquer natureza, e a antena que deve irradiar seus sinais, existe um “cabo”, ou dispositivo similar, que é a linha de transmissão. Se as características de saída do transmissor, do cabo, e da entrada da antena não forem condizentes, a mesma não absorverá toda a potência gerada pelo transmissor, “devolvendo” parte dela ao transmissor, não só diminuindo a potência que deveria ser irradiada pela antena, como, em certas circunstâncias, até danificando o transmissor. Pois bem: na universidade citada, em todas as quartas feiras, há uma demonstração pública de um fenômeno fundamental nas telecomunicações. Na que assisti, o professor demonstrou este fenômeno com uma “linha de transmissão” equipada com pequenas lâmpadas, que acendiam ou não ao longo desta linha, quando ele provocava o “casamento” das características da antena com o restante do sistema. Fantástico! É como se pudéssemos ver as “Ondas Estacionárias”! Não houve um só aluno na sala (mais de duzentos…) que não entendesse e apreendesse o fenômeno!
A segunda experiência que muito apreciei, eu a vivenciei em um renomado “college” americano. Sua direção e coordenações, sabedoras da dificuldade de desenvolver em seus alunos as atitudes e habilidades tão necessárias para o sucesso nos dias de hoje, tais como criatividade, solução de problemas complexos, iniciativa, trabalho em equipe, e assim por diante, decidiram e implantaram um sistema bem interessante e eficaz. Tal sistema, orientado por dois professores e seus monitores, em programa oficial da escola, atribui aos alunos que assim o desejarem (e são muitos…) todas as funções “periféricas”, por assim dizer, do sistema escolar, ficando afetas à diretoria e corpo docente apenas as atividades destinadas ao desenvolvimento do conhecimento, tais como aulas, seminários, laboratórios, etc. Desta forma, cabe ao “StudentProgram”, como se intitula o programa, a responsabilidade de cuidar da parte desportiva, de comunicação, de recepção a visitantes, de extensão escolar, de atividades diversas para a vida escolar, e assim por diante. O resultado é extraordinário, em termos de desenvolvimento dos alunos e espírito de corpo.
Pois é, criatividade e coragem fazem parte fundamental do desenvolvimento de um sistema escolar moderno, eficaz, e bem adaptado para os dias de hoje. Tomara que este compartilhamento de duas experiências fantásticas que vivenciei, em minhas andanças, possa inspirar novos ares na área educacional!
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