E é uma verdade o que coloquei no título desta matéria! Como este também foi um assunto tratado na semana anterior, volto a justificá-lo, afirmando que nosso conservadorismo é natural e plenamente explicado por Platão (Atenas, 428/427 – Atenas a.C., 348/347 a.C.) em seu famoso ‘Mito da Caverna”, citado no “Engenharia em Pauta” da semana passada… De fato, vivemos envolvidos em mitos e figuras que nos são projetados no fundo de nossas “cavernas mentais”, além de sermos naturalmente comodistas, mais ou menos quando afirmamos “que em time que está ganhando não se mexe” …
Daí, quando se implementa uma inovação, sempre há trabalho a fazer e sustos a superar. Em uma inovação industrial, há possibilidades de avaliar previamente a resposta do mercado, boa ou ruim, efeito na e da concorrência, momento apropriado para o lançamento a aproveitar, e assim por diante. Mas, de certo modo, são fatos naturais e contornáveis com agilidade industrial, marketing efetivo, enfim, com utilização de ferramentas conhecidas. E aí muitos problemas poderão ser resolvidos, com um bom trabalho de planejamento e de marketing anteriores…
No caso de uma inovação que nos atinja diretamente, como uma alteração de métodos de trabalho ou fatos novos que impactem nossa rotina de vida, fica mais difícil, pois agora se toca no ambiente “humano”, e aí acontece como Platão nos afirmou há séculos… Temos nossos modos de viver e de pensar, paradigmas plenamente estabelecidos, e daí não queremos mudar…
Neste caso, podemos esperar três momentos bem distintos. O primeiro, como já citei no “Engenharia em Pauta” da semana passada, é a rejeição pura e simples, que até pode ser acompanhada pela desclassificação do autor da proposta da inovação… Aqui entre nós, cara leitora, caro leitor, você já não viveu situações como essas? Aí, é necessário utilizar de diplomacia, calma, e entender que é assim mesmo que nós reagimos às novidades…
O segundo momento, após os eventuais embates da etapa anterior, é a aceitação cuidadosa, o início do entendimento. Algumas pessoas começam a entender a proposta e aceitar a inovação, mas acham bem difícil “dar o braço a torcer” e então assumi-la plenamente… É, somos assim mesmo! Aí é preciso calma, ter um contato maior com essas pessoas, fortificar suas opiniões, colocá-las ao nosso lado, ouvi-las com todas as suas dúvidas e aceitar suas propostas, que até podem ser bem válidas para melhorar e “ajeitar” a proposta inicial – aliás, caso isso aconteça, será muito bom, porque aí teremos ganho aliados de peso. No entanto, esta “aceitação cuidadosa” é um momento delicado, pois é um momento de transição, e voltar atrás agora seria um desastre para futuras inovações…
Finalmente, o terceiro momento é o de aceitação plena! A proposta original deverá estar plenamente aceita e implementada, com as modificações sugeridas ao longo de todo o processo… Muito bom! Mas também é o momento de observar se tudo está indo realmente melhor, e se todos os envolvidos estão razoavelmente satisfeitos. Também é o momento de corrigir imediatamente qualquer problema que apareça provocado pela implantação da proposta, mas agora com a participação de toda a equipe envolvida.
Aqui fica uma advertência, como final deste “papo”: pode ocorrer o caso de alguém da equipe envolvida definitivamente não aceitar a proposta e as alterações que ela traz. Infelizmente, chega a hora de decisões duras a serem tomadas… Mas, durante todo o processo, isto nunca pode ser usado como ameaça, sob pena de danificar seriamente a motivação da equipe.
Felicidade na implantação de inovações!
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos! ?
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários