Em minhas andanças por aí afora, geralmente encontro vários ex-alunos, o que sempre me dá muito prazer. Reparo que depois de um bom papo sobre “os bons tempos”, eu pergunto como está o trabalho, e então reparo que às vezes a resposta tem um tom extenuado, como por exemplo, um “bocado puxado”, “tem dias que nem dá para ir em casa”, “estão me esfolando vivo”, e assim por diante. Natural, é um salutar desabafo com um amigo e antigo professor… E eu mesmo já vivi situações idênticas! E aí temos que tomar cuidado, pois podemos nos prejudicar em nossa saúde, física e mental, além de eventualmente prejudicar relações familiares e sociais. Grande problema, às vezes de difícil solução ou mesmo de recuperação difícil ou mesmo impossível…
Isto me faz refletir sobre como está nosso atual ambiente de trabalho, que conta com recursos tecnológicos fantásticos, e que apresenta grande evolução tecnológica, bem como intensa competitividade entre empresas e carreiras. Como muitas vezes não podemos alterar esta situação ou mesmo nos desligarmos definitivamente dela, o importante então é tentar nos recuperar, a cada dia, do melhor modo possível. E isso não é fácil, pois, no caso, recuperar é o processo de redução, ou ainda melhor, de eliminação do desgaste físico e mental das atividades de trabalho. Bem complicado, não? Mas fundamental!
E como proceder face à esse grande problema? De modo geral, é preciso tomar uma atitude de desprender-se psicologicamente do trabalho, ou seja, fora do horário ou ambiente de trabalho, não pensar ou proceder de forma alguma com atividades e pensamentos relativos ao mesmo. Não é fácil, mas com algum treinamento, é possível e necessário. É importante reparar que nosso atual modelo de jornadas de trabalho de mais de oito horas por dia é oriundo da Revolução Industrial, quando os trabalhadores das fábricas tinham turnos de trabalho de até doze horas, principalmente de trabalho físico e repetitivo, de fácil recuperação… Mas nosso trabalho, hoje, é mental e de rápida evolução, o que o torna de difícil e longa recuperação. Se somarmos este fato ao ambiente global no qual vivemos, altamente competitivo, estressante e exigente, teremos ainda mais dificuldades na recuperação… Daí, termos de tomar mais cuidado ainda com nossa saúde.
Por exemplo, em vez de passar várias horas, às vezes mais de nove horas, em trabalhos desfocados, sem organização, e com muitas distrações, é melhor concentrar-se na tarefa a realizar, dentro de um planejamento diário. Aí é aproveitar o que os estudiosos do assunto estão chamando de fluxo, ou seja, ter alta concentração apenas no que se está fazendo… Sua produtividade vai aumentar, o prazer de ver uma tarefa completada ou bem adiantada vai aumentar, em vez de várias tarefas esparsas ficarem sem algo concreto a respeito, o que é muito desgastante.
Então, é preciso estabelecer limites e expectativas bem claras a respeito do seu dia de trabalho, inclusive o acesso a você fora do horário, o que hoje é um grande problema com os modernos meios de comunicação e redes sociais. Pratique estas regras e limites, as enuncie a seus próximos, inclusive familiares, e siga-as com persistência. Vai ser difícil no começo, mas é possível – e quando os outros repararem como você se tornou mais calmo e produtivo, quem sabe passem a adotar estes novos procedimentos.
Um exemplo de como isto funciona: um grande amigo meu, grande executivo em uma empresa multinacional, e que passa alguns meses por ano na sede, no exterior, já me relatou que lá ele consegue, em mais ou menos sete ou oito horas de trabalho, produzir o que, aqui no Brasil, levaria pelo menos doze horas! Pois é… Pense a respeito e bom trabalho!
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