Interessante! Tenho reparado que falar em “empreendedorismo” em nossa sociedade, e mesmo nos meios acadêmicos, suscita certo medo e até certo afastamento de quem provoca este assunto… Que coisa!
Mas entendo: nossa sociedade, acompanhada por maioria do sistema educacional, está fortemente ligada aos paradigmas de que a vida produtiva só pode ser vivida através de um emprego (melhor ainda se for em uma grande empresa…), ou acessada por um concurso público… Nada mal com isto, a maioria das pessoas realiza sua vida desta forma.
Então a pergunta que agora se faz presente é: estas pessoas estarão felizes e plenamente realizadas? E aqui, não estou falando do “sucesso” financeiro, que até pode estar acontecendo, mas de algo mais interno…
Vamos pensar um pouco nisto, conceituando o que é realmente “empreendedorismo”? Vamos utilizar a definição de um dos maiores pesquisadores e autores do assunto, Fernando Dolabela (1):
- “É empreendedor, em qualquer área, alguém que sonha e busca transformar o seu sonho em realidade”.
Que legal, não? Esta definição não passa por “criar seu próprio emprego”, ou “ser seu próprio patrão”, “ganhar muito dinheiro” ou mesmo “trabalhar feito louco para colocar sua empresa funcionando”, expressões muito usadas por quem acha que empreendedorismo é só isto… Bem, isto acontece com apenas uma das manifestações do ato de empreender, talvez a mais “aparente” – a de ter sua própria empresa… E mesmo ela encaixa-se perfeitamente na definição citada! Isto porque a definição, absolutamente correta, é mais abrangente e completa, pois contempla o empreendedorismo de modo geral.
Aí, o empreendedorismo assume seu verdadeiro caráter de “forma de ser”, independentemente da área de atuação do empreendedor. Poder-se-ia mesmo imaginar “um sistema ecológico de vida”, um “ser empreendedor…”, e isto é realmente notado nos que realmente são empreendedores – não podem deixar de empreender…
De fato, segundo o mesmo autor, o sonho da definição é o “sonho estruturante, que é o sonho que se sonha acordado, capaz de conduzir à autorrealização” (1). E quem, mesmo que inconscientemente, não busca a autorrealização? Mas não será aqui que se localiza a “chave” do sucesso? Se realmente descobrirmos o que queremos fazer de nossa vida, e buscarmos transformar este “saber“ em palpável realidade, não garantiremos o sucesso pessoal e, quase que com certeza, o profissional? É um ponto a refletir…
Vamos continuar a explorar este conceito na semana que vem? Até lá…
Referência:
(3) Dolabela, fernando. Pedagogia Empreendedora. Cultura Editores Associados, São
Paulo, 2003.
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