Estamos vivendo momentos que a todo instante estão nos exigindo criatividade e presteza em decisões, não é? Grande e rápido avanço tecnológico, novos modos de vida no “novo normal”, etc. E também nos exigem, já que é tempo de inovação, uma comunicação mais rápida e eficaz…
E quero me referir a algumas heranças que nos foram trazidas por nosso ancestrais, não nos mais próximos no tempo, mas sim os muito mais antigos, talvez das eras em que éramos caçadores-coletores…A ciência já nos certificou que esta é uma realidade, a transmissão de características ao longo das eras…
Por exemplo, no trabalho, em ambientes sociais ou mesmo em família, muitas vezes não sentimos dificuldade em expor nossas ideias, caso sejam um pouco diferentes das ideias usuais ou mesmo com boa dose de sair dos paradigmas, sendo então inovadoras? Ou temos dificuldade de falar em público, ou mesmo perguntar algo em um grupo, aula ou palestra? Ou mesmo não “aparecer” em um grupo social novo? Ou expor nosso íntimo a pessoas queridas? Creio que tudo isso nos foi herdado de nossa necessidade ancestral de defesa, de ficarmos em nossas “tocas”, para melhor nos protegermos de predadores, não é? Grande problema para o exercício da criatividade, pois se não expusermos nossas ideias, como poderemos compartilhá-las e melhorá-las? Ou como aprender com os outros, discutindo suas opiniões?
Outro exemplo: não estamos constantemente exercendo nossa necessidade de confirmação, de “estar em um grupo” semelhante, com pensamentos e atitudes parecidas? Repare que em todas as fases de nossa vida apresentamos esta característica: as crianças, com seus coleguinhas; os adolescentes, com suas “turmas”; os adultos em clubes, torcidas de futebol, etc. Isso nos veio de que nos “idos tempos” vivíamos em pequenos grupos, morando em cavernas ou pequenas tribos, portanto com os que comungavam de nossa vida e situação… Assim, temos a tendência de pensar igual, não conseguimos sair de nossa mente do “dia a dia”… Mas exercer a criatividade nos exige que façamos o contrário, ou seja, “we need go out of normal mind” – e é isso que grandes inovadores sempre fazem…
Um outro aspecto a considerar nessa nossa “ancestralidade”, mas agora presente desde o início de nossos tempos: como mamíferos que somos, temos herdada a necessidade de brincar. Vejamos as crianças: a brincadeira para elas não é só fonte de diversão, mas sim o preenchimento da enorme necessidade de aprendizado que elas têm para um crescimento saudável. Observamos esse fato em todos os mamíferos, em qualquer espécie. Todos os “filhotes” brincam, e com isso aprendem a se defender, a buscar comida, a enfrentar os perigos que sempre nos rondam… Esse ato de brincar permite a expansão da criatividade, a aprendizagem, a convivência sem a qual não teríamos progredido como espécie. E mais: é divertido!
É pena que ao longo de nossas vidas vamos perdendo esta nossa capacidade de brincar, ou mesmo vamos escondendo-a… Normas sociais, costumes, comentários diversos, vão nos proibindo de voltarmos a sermos crianças em algumas horas – e justamente nas horas em que precisamos ser mais criativos… A perda desta nossa capacidade também aumenta o efeito dos dois comportamentos ancestrais que já tive e a oportunidade de citar anteriormente – que pena!
E criar é divertido, é bom! E é fundamental para que exerçamos a criatividade… Portanto, vamos pensar nisso e deixar livre a criança que já fomos, quando necessitarmos? Façamos isso, vamos criar de modo melhor, e nos divertiremos mais!
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos! ?
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.