No “Engenharia em Pauta” da semana passada, começamos a conversar sobre a ”Pegada Digital” que estamos deixando ao utilizar nossos fantásticos, e às vezes tão úteis, meios digitais de comunicação, redes sociais, etc. Aliás, tal assunto, sob várias formas, está cada vez mais presente na mídia, de modo até meio dramático, nos prevenindo sobre as consequências de tal ‘pegada’, chegando até a nos propor deixar de usar as redes sociais de modo definitivo, conselho inclusive dado por criadores e ex-colaboradores de tais redes…
O que fazer, então? Depende de cada um de nós… Sabendo da existência da ‘pegada digital’, cabe a cada um de nós, de acordo com sua vontade e necessidades, utilizar de modo racional e benéfico todos os meios digitais dos quais dispomos hoje e dos quais disporemos no futuro, já que sua presença entre nós é definitiva e deverá, inclusive, aumentar… Eles já fazem parte ativa de nossa vida, não é? E nos proporcionam maior facilidade de comunicação entre pessoas e grupos, maior liberdade de expressão, difusão mais rápida de informações, maior transparência, pois nos permitem “checar” com rapidez algo que nos interesse, bem como nos possibilitam maior facilidade na utilização de vários serviços e maior acesso à cultura e informações, etc. Muito bom!
No entanto, podemos ter problemas com a utilização indiscriminada dos meios digitais, sem muito conhecimento do que são eles e do que pode estar por trás… Por exemplo, durante a pandemia os roubos por fraude digital aumentaram em 80%, principalmente com idosos, que provavelmente não estavam muito familiarizados com a utilização deles e os perigos neles embutidos…
Sobre a nossa privacidade, já comentei, bem como sobre a “vigilância digital” que tanto pode ser benéfica, como extremamente perigosa se utilizada por governos com viés autoritário. Mas, bem dramáticas também são as situações provocadas pelo “bullying” digital, que já provocaram danos psicológicos graves e inclusive suicídios… Este assédio moral pode ser convertido em verdadeiras situações de perseguição on-line, não? E como então fica a gestão de nossas reputações, que podem estar sendo atacadas sem nosso conhecimento?
Pode ocorrer, já ocorreu e ainda ocorre, a formação de pensamentos grupais plenos de radicalismos, formando grupos de interesse não tão benéficos às pessoas e à sociedade… Geralmente estes grupos podem divulgar informações imprecisas e mesmo propositalmente erradas, que lidas por quem não exerce uma espécie de autocensura, podem levar a um alto grau de dano, pessoal ou mesmo grupal… Isto é particularmente danoso para aquelas pessoas que não questionam as informações em sua clareza e veracidade, e as repetem indiscriminadamente. Isto para não falar na enorme perda de tempo útil com a frequente e intensa utilização das redes, que está levando alguns a um verdadeiro vício, com todas as consequências que qualquer vício pode trazer…
Enfim, é preciso ter cuidado, pois a “pegada digital” que deixamos pode refletir muito nossa personalidade, e criar uma espécie de “identidade digital” com acesso aberto, pois, como me falou um grande amigo meu, “colocou na rede, não é mais seu”…
Mas, não é tão ruim assim, se soubermos cuidar de nossos rastros digitais. Se puder dar algum palpite, é sobre usar esses fantásticos meios de comunicação apenas para o que for realmente necessário; prestar bem atenção ao que se lê, confirmando a autenticidade e intenção; e, conforme opinião de profissionais que já trabalharam ativamente nas empresas que as gerenciam, “se for possível não usar, não use“… Pois é…
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