Nesta época em que vivemos, na qual ainda estamos vivendo os duros tempos que a pandemia do Novo Coronavírus nos trouxe, estamos reparando uma grande demanda de empreendedores. Isto porque o desemprego cresceu de uma forma assustadora, aliado ao desemprego estrutural (aquele advindo da ocupação de atividades usuais por recursos tecnológicos, e que está vindo para ficar). E mais: não é a primeira vez que o mundo passa por fortes crises, como a que estamos vivenciando. No entanto, algumas pessoas não se deixaram abater naqueles tempos, e foram impulsionadas pelas próprias crises, saindo do “status quo” em que viviam e partindo para novas oportunidades que descobriram. Aliás, como muita gente sabe, crises são carregadas de ameaças e oportunidades… Essas pessoas caracterizaram aqueles empreendedores que não só mudaram suas vidas, mas que em alguns casos até mudaram o mundo…
E aí tenho reparado, na mídia em geral, uma demanda ao desenvolvimento do empreendedorismo. Um exemplo, que me fez trazer este assunto à baila: estava eu na fila do banco (que coisa chata, não?) e me distraía vendo o circuito interno de TV da agência. Aí reparei que o próprio sistema estimulava seus clientes a utilizarem seus conhecimentos e habilidades na criação e negociação de produtos diversos. Até utilizava um bordão interessante, algo como “se souber fazer alguma coisa bem, faça, e cobre por isso”… Isso, de certo modo, é empreender… E conheço alguns negócios bem sucedidos que partiram da prática desta sugestão…
Mas o que seria empreender, de fato? No exemplo acima, há um estímulo ao denominado “empreendedorismo por necessidade”, no qual o indivíduo pratica o ato de empreender por pura necessidade de manter-se e à sua família – por pesquisas bem fundamentadas, esse tipo é o que predomina em nosso país, em taxas superiores a 60%. Nenhum problema, mesmo porque alguns desses negócios criados por necessidade viraram grandes negócios, base de grandes empresas.
Mas empreender é o que fazemos todos os dias, mesmo sem perceber. Não empreendemos o esforço de procurar uma ocupação, um emprego? Não empreendemos ao conhecer e conquistar a nossa “cara metade”? Não empreendemos no sentido de procurar melhorar o nosso nível de vida, a cada instante? E assim por diante… Assim, empreender, no seu sentido mais estrito, é fazer todos os nossos esforços no sentido de realizar o que queremos da vida… É correr atrás da realização de nossos sonhos, quaisquer que sejam eles, grandiosos ou mesmo modestos…
Então, aí está: precisamos de empreendedores reais, aqueles que valorizam sua autonomia, sempre buscando sua autorrealização; aqueles que praticam suas vocações plenamente, e as aperfeiçoam (lembram-se do bordão do banco – “se souber fazer alguma coisa bem, faça, e cobre por isso”…), aqueles que correm atrás de seus sonhos, mesmo com as dificuldades que seguramente aparecerão, e que não serão obstáculos para ele… E seguramente eles não serão apenas aqueles que abrem grandes empresas, mas aqueles que realmente são felizes com o que fazem, e como o fazem bem, têm sucesso, inclusive financeiro…
Assim concordo com David McClelland (1917 – 1998). Por ele, o empreendedor tem uma “cultura generalizada de realização”, que se caracteriza como “o desejo de fazer algo por fazê-lo, mais do que com fins de poder, amor, reconhecimento ou se desejar, lucro”.
E é este tipo de empreendedor que não se aperta em épocas de crise… Ele, não se acomodando ou fugindo da realidade, mas utilizando suas vocações, habilidades, força de vontade e resiliência, sempre conseguirá algo a fazer, e quem sabe, descobrirá o rumo definitivo de sua vida!
É, precisa-se, como nunca, de empreendedores!
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