Confesso que sempre me emociono quando leio o poema de Khalil Gibran que transcrevi no “Engenharia em Pauta” da semana passada, intitulado “Vossos filhos não são vossos filhos”… Ele sempre me impacta, desde quando conheci parte dele em uma dessas plaquinhas decorativas que são vendidas em rodoviárias – e justamente quando estava para ter o meu primeiro filho. Creio que ele então mudou para melhor, para mim e minha esposa, o nosso modo de educar nossos filhos, e também influenciou minha longa carreira de professor… Fica o entendimento e o “encaixe” de seus versos em cada caso de pai ou mestre, prezada leitora, prezado leitor… Há muita coisa a pensar com base nessas sábias palavras!
Então, gostaria de apenas citar algo que considero importante para uma educação de qualidade, em breves palavras, baseando-me em minha experiência, de amigos, de leituras, de minhas andanças… De forma alguma pretendo esgotar o assunto, mas apenas colocar pontos para pensar, como o poema fez comigo…
Em primeiro lugar, é preciso criar uma vida familiar e cultural de qualidade, na qual devem prevalecer o respeito e a participação. A vida cultural, através da vivência da cultura, das artes, da leitura; viagens são imprescindíveis, mesmo que sejam para locais próximos. A participação dos pais ou responsáveis nas atividades a que os jovens se dedicam e gostam, também é fundamental, para “curtição” dos mesmos e orientação. E fazer tudo isto com alegria e autenticidade, pois: “que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria, pois assim como ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável”.
A iniciação na vida do trabalho e nas responsabilidades do dia a dia podem e devem começar em casa. De acordo com a faixa etária e possibilidades, as crianças e jovens devem participar das tarefas domésticas – arrumarem seus quartos, ajudarem seus pais e mães em tarefas que lhes sejam possíveis, enfim, sentirem que fazem parte ativa da constelação familiar.
Quanto à “mesada”, concordo com um grande amigo meu que mora nos Estados Unidos: deve sempre haver algum tipo de devolutiva sob forma de trabalho, para que as crianças se acostumem com a vida real – e vemos isto nos filmes americanos: meninos cortando grama, as meninas como “babysitters”, etc… E também é muito importante que se dê algum tipo de educação financeira, mostrando o bom e correto uso do “dinheirinho” deles, fazendo assim que entendam o valor do dinheiro – e muito cuidado com o consumismo…
Quanto às escolas por eles frequentadas, particularmente nos primeiros anos, é conveniente acompanhar as tarefas escolares, em prazos e correção – marcar um horário fixo e constante é altamente salutar, e acompanhar, orientando, no caso de erros (mas elogios, se não forem demasiados ou não autênticos, também valem…). Mas, é também muito importante verificar que tipo de ensino é ministrado… É extremamente conteudista e passivo? Problema – não interessará aos alunos… É politizado ou vocacional em extremo? Problema maior… Sobrecarrega demais os alunos? Complicado, pois brincar ou ter horas de lazer é muito importante… Desafia os alunos com debates, grupos de discussão sobre assuntos atuais, experiências, etc.? Ótimo! Deixa-os resolver tudo isto utilizando suas opiniões próprias e métodos de fazer, sem obrigatoriamente seguir o que os professores indicam? Melhor ainda… Em suma: quanto mais a escola se aproximar dos problemas e conteúdos necessários de fato para a vida, orientando a solução, mas a deixando por conta de cada aluno, fantástico!
Vamos continuar essa conversa na semana que vem? Então, até lá…
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