Embora alguns afirmem que a última superlua de 2024 ocorrerá em novembro, se seguirmos a definição precisa do termo, ela acontecerá, na verdade, este mês—especificamente nesta quinta-feira (17). Portanto, prepare-se para um espetáculo que iluminará os céus esta noite: a maior lua cheia do ano.
Atualmente, essa lua é chamada de “Lua do Caçador”. Mas o que justifica esse nome? Segundo o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais dos Estados Unidos dedicadas à vida rural, cada lua cheia ao longo do ano possui uma designação específica.
No caso de outubro, a lua cheia é referida como Lua do Caçador, pois era um período associado à caça e aos preparativos para o longo inverno no Hemisfério Norte. Em outubro, a lua cheia surge logo após o pôr do sol, proporcionando uma iluminação clara que facilita a ação dos caçadores durante as primeiras horas da noite.
Além disso, os agricultores costumavam finalizar as colheitas sob a luz da Lua da Colheita, em setembro. Quando a próxima lua cheia chegava, os campos já estavam limpos, permitindo que os caçadores observassem facilmente os animais em busca de alimento.
Segundo o guia de observação astronômica InTheSky.org, quando a Lua atingir sua fase cheia, ela estará a aproximadamente 357 mil km de distância da Terra. Essa será a maior aproximação entre os dois corpos celestes em 2024, o que poderá proporcionar a visão de uma Lua grande e alaranjada surgindo no horizonte no final da tarde.
Nomes de cada lua cheia em 2024:
- 25 de janeiro: Wolf Moon (Lua do Lobo)
- 24 de fevereiro: Snow Moon (Lua de Neve)
- 25 de março: Worm Moon (Lua de Minhoca)
- 23 de abril: Pink Moon (Lua Rosa)
- 23 de maio: Flower Moon (Lua das Flores)
- 21 de junho: Strawberry Moon (Lua de Morango)
- 21 de julho: Buck Moon (Lua dos Cervos)
- 19 de agosto: Sturgeon Moon (Lua do Esturjão)
- 17 de setembro: Harvest Moon (Lua da Colheita) (superlua)
- 17 de outubro: Hunter’s Moon (Lua do Caçador) (superlua)
- 15 de novembro: Beaver Moon (Lua do Castor)
- 15 de dezembro: Cold Moon (Lua Fria)
Outros nomes tradicionais para a lua cheia de outubro, atribuídos por povos nativos americanos, incluem:
- Lua da Migração (ou Lua da Viagem), associada à época em que as aves migram para regiões mais quentes;
- Lua Congelante (ou Lua de Gelo), que marca o início das primeiras geadas;
- Lua das Folhas Caindo, em referência à queda das folhas das árvores;
- Lua da Grama Morrendo, simbolizando o período em que a vegetação começa a secar com a chegada do frio.
Culturas antigas também nomeavam a lua cheia de outubro de acordo com suas tradições:
- Na China, era chamada de Lua Gentil;
- Entre praticantes da Wicca, era conhecida como Lua de Sangue;
- Na África do Sul, recebia o nome de Lua da Semente;
- No Hemisfério Sul, era chamada de Lua do Ovo, Lua do Peixe e Lua da Rosa, refletindo a mudança de estações.
O tom avermelhado ou alaranjado que a Lua adquire quando está próxima ao horizonte ocorre porque sua luz precisa atravessar uma camada mais espessa da atmosfera terrestre. Nesse processo, os comprimentos de onda mais curtos, como o azul, são dispersos, enquanto os comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o laranja, prevalecem. Esse fenômeno é o que dá à Lua essa coloração única e fascinante.
De forma simples e resumida, uma Superlua acontece quando a Lua atinge sua fase cheia em até 24 horas antes ou depois de alcançar seu ponto de maior proximidade com a Terra, conhecido como perigeu.
No entanto, como explica Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital e presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), sem saber exatamente quão próxima a Lua cheia precisa estar da Terra, não é possível afirmar com certeza se uma determinada Lua cheia é ou não uma Superlua.
Segundo Marcelo Zurita, embora haja tentativas de estabelecer uma definição científica para o termo “Superlua”, é difícil alcançar um consenso. Isso pode estar relacionado ao fato de que o termo se originou na astrologia. Na astronomia, o uso do termo é relativamente recente e tem ajudado a popularizar a ciência, mas muitos astrônomos ainda não gostam da expressão, considerando-a um termo mercadológico para promover a Lua Cheia no perigeu, que, cientificamente, não tem nada de “super” nem representa um fenômeno de grande interesse.
Por essa razão, a União Astronômica Internacional (IAU) nunca demonstrou interesse em oficializar o termo. “Tudo que temos são definições informais para a Superlua”, afirma Zurita, acrescentando que, no meio científico, os astrônomos preferem o termo técnico “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”.
A variação da distância entre a Lua e a Terra ocorre porque sua órbita não é perfeitamente circular, mas levemente ovalada, seguindo um caminho chamado elipse. Durante seu percurso ao redor da Terra, que se repete mensalmente, a distância da Lua varia entre aproximadamente 356.500 km, no ponto mais próximo (perigeu), e 406.700 km, no ponto mais distante (apogeu).
Com base nesse conceito, para que uma Superlua aconteça, a Lua precisa entrar na fase cheia em até 24 horas antes ou depois de atingir o perigeu. Foi o que ocorreu em setembro e está se repetindo em outubro.
Em setembro, a fase cheia começou às 23h34 (horário de Brasília) no dia 17, e o perigeu foi alcançado às 10h22 do dia 18. Já em outubro, o cenário é o oposto: a Lua atingiu o perigeu no dia 16, às 21h50, e ficou completamente cheia na manhã seguinte, às 8h26.
Em novembro, a Lua chegará ao perigeu no dia 14, mas sua fase cheia ocorrerá cerca de 34 horas depois. Nessa ocasião, a Lua ainda parecerá grande e brilhante, mas, tecnicamente, não será considerada uma Superlua.
Sempre que a lua cheia ocorre próxima ao perigeu, ela pode parecer até 14% maior e 30% mais brilhante em comparação à lua cheia no apogeu.
Como observar a Superlua do Caçador
Nesta quinta-feira, a Lua será visível no céu a partir das 17h30, desaparecendo no horizonte pouco antes do amanhecer, às 5h34. A cada dia seguinte, ela surgirá e se esconderá aproximadamente uma hora mais tarde.
O ciclo da Lua entre perigeu, apogeu e novamente perigeu é de 27,55 dias, conhecido como mês anomalístico, um pouco mais longo que o período orbital da Lua (27,322 dias).
Para observar este fenômeno, basta olhar para o céu na direção leste logo após o anoitecer. Por volta das 19h30, a Lua estará com uma declinação de 10° ao norte, na constelação de Peixes. O ponto mais alto que ela atingirá no céu será por volta de meia-noite e meia de sexta-feira (18), a 50º ao norte. É recomendável procurar um local com o mínimo de poluição luminosa e um campo de visão amplo.
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