Esse achado renovou o fascínio pelo papel das necrópoles nas sociedades antigas, mostrando que esses locais iam muito além de meros cemitérios. Edificadas ao longo de séculos, as necrópoles continham tumbas sofisticadas, templos funerários e objetos que revelam detalhes sobre as crenças e a estrutura social das civilizações que as ergueram.
Do Egito Antigo aos impérios grego e romano, as necrópoles desempenhavam um papel central em rituais de passagem e na preservação da memória dos falecidos. Algumas dessas “cidades dos mortos” superavam em tamanho muitos povoados da época e eram estrategicamente posicionadas para estabelecer uma divisão simbólica entre o mundo dos vivos e o dos mortos.
Mas o que são exatamente as necrópoles, por que foram criadas e qual sua relevância para as sociedades que as desenvolveram?
A palavra “necrópole” vem do grego antigo “nekropolis”, que significa “cidade dos mortos”. Refere-se a um amplo e complexo local de sepultamento ligado a uma cidade antiga, geralmente situado fora de seus limites urbanos e composto por diversos cemitérios usados por gerações.
A criação das necrópoles está profundamente conectada às crenças religiosas e culturais sobre a vida após a morte. Mais do que simples locais de enterro, elas funcionavam como espaços sagrados para rituais e cerimônias em homenagem aos mortos. A ideia era que um sepultamento apropriado assegurasse a paz e a prosperidade dos falecidos no além.
As necrópoles mais antigas remontam à pré-história, mas foi no Antigo Egito que elas ganharam notoriedade. Saqqara, por exemplo, abriga tumbas do período dinástico inicial, como a icônica Pirâmide de Djoser.
Esses locais incluíam túmulos grandiosos, templos funerários e estruturas dedicadas a práticas mortuárias. Seu tamanho variava, alcançando extensas áreas, e sua localização distante das zonas habitadas reforçava a separação entre vivos e mortos.
A organização das necrópoles espelhava a hierarquia social da época. Faraós, nobres e autoridades eram enterrados em tumbas imponentes, como pirâmides e mastabas, enquanto os menos privilegiados recebiam sepulturas mais simples. Materiais como calcário e granito eram usados conforme o status do indivíduo e a disponibilidade de recursos.
Além do Egito, outras culturas antigas também construíram necrópoles. Os etruscos, na Itália, criaram complexos como o de Cerveteri, com túmulos em forma de montículos que imitavam cidades dos vivos. Na Grécia antiga, necrópoles ficavam fora das áreas urbanas, ao longo de estradas de acesso às cidades. Já os persas desenvolveram locais como Naqsh-e Rustam, com túmulos reais esculpidos em falésias.
Muitas dessas construções resistem até hoje, sendo alvo de estudos arqueológicos e interesse turístico. Diferentemente do passado, porém, os cemitérios modernos não replicam a grandiosidade, a arquitetura ou o simbolismo cultural das necrópoles antigas.
A recente descoberta da tumba de Teti Neb Fu, médico real e “mágico” do Antigo Egito, em Saqqara, reforça a relevância desses sítios arqueológicos. Datada da era do faraó Pepi II, essa tumba traz informações valiosas sobre as práticas médicas e funerárias da época, consolidando as necrópoles como verdadeiros arquivos da história e da cultura das civilizações antigas.
Com informações de Olhar Digital.
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