Em novembro de 2021, foi realizado o leilão das frequências para o 5G, mas somente agora a faixa de 3,5 GHz está disponível para uso em todo o Brasil. Com essa liberação, operadoras como Claro, TIM, Vivo, Brisanet e outras empresas regionais podem começar a instalar antenas de quinta geração, oferecendo conectividade de alta velocidade para os consumidores.
A liberação da frequência marca o fim das restrições em municípios que ainda não podiam contar com o 5G na faixa de 3,5 GHz. Antes, essa banda era utilizada para transmissões de TV aberta via satélite (TVRO) e precisou passar por um processo de migração tecnológica.
Os usuários de antenas parabólicas na banda C tiveram que substituir seus equipamentos por modelos compatíveis com a banda Ku. Essa mudança não impacta os assinantes de TV via satélite com tecnologia DTH, como Sky, Claro TV e Oi TV. Para facilitar a transição, kits gratuitos contendo antenas e decodificadores estão sendo distribuídos para famílias inscritas em programas sociais do Governo Federal. Os interessados têm até 29 de junho de 2025 para solicitar o benefício no portal Siga Antenado.
Apesar da liberação, o 5G não estará disponível de imediato em todos os municípios. O cronograma de expansão prevê a instalação gradual das redes, com metas estabelecidas até 2030. A desocupação da frequência foi apenas o primeiro passo, e agora cabe às operadoras que adquiriram o direito de uso implementar a infraestrutura necessária.
No leilão realizado pela Anatel, as operadoras assumiram compromissos de expansão do 5G standalone (SA) em todo o Brasil, seguindo um cronograma que varia conforme a população de cada município:
Cronograma de Cobertura 5G SA
- Até julho de 2023: Uma antena 5G para cada 50 mil habitantes nas capitais e no Distrito Federal.
- Até julho de 2024: Uma antena 5G para cada 30 mil habitantes nas capitais e no Distrito Federal.
- Até julho de 2025: Uma antena 5G para cada 15 mil habitantes nas capitais, no Distrito Federal e em municípios com mais de 500 mil habitantes.
- Até julho de 2026: Uma antena 5G para cada 15 mil habitantes em municípios com mais de 200 mil habitantes.
- Até julho de 2027: Uma antena 5G para cada 15 mil habitantes em municípios com mais de 100 mil habitantes.
- Até julho de 2028: Uma antena 5G para cada 15 mil habitantes em pelo menos 50% dos municípios com mais de 30 mil habitantes.
- Até julho de 2029: Uma antena 5G para cada 15 mil habitantes em todos os municípios com mais de 30 mil habitantes.
Além da faixa de 3,5 GHz, a Anatel leiloou dois blocos na frequência de 2,3 GHz, que podem ser utilizados tanto para o 4G quanto para o 5G. Embora essa faixa já estivesse liberada para uso em todo o território nacional, poucas estações estão licenciadas para operar nessa frequência.
Situação Atual e Desafios
As operadoras têm avançado nos compromissos de cobertura e, segundo dados do Teleco, a frequência de 3,5 GHz já está disponível em 820 cidades por pelo menos uma operadora. Contudo, a cobertura ainda apresenta desafios.
Em muitos desses municípios, o sinal 5G é limitado a áreas específicas, o que faz com que os dispositivos continuem dependendo de redes 4G ou tecnologias anteriores para se manterem conectados. Isso evidencia a necessidade de melhorias na infraestrutura para oferecer uma experiência de quinta geração mais ampla e consistente.
Um estudo da Opensignal revela que os smartphones no Brasil passam apenas 11% do tempo conectados a redes 5G, um índice significativamente inferior ao da Índia, onde essa taxa chega a 52,1%. Isso reflete os desafios para a expansão e consolidação do 5G no país, tanto em infraestrutura quanto em adoção tecnológica.
Embora as operadoras tenham cumprido as obrigações mínimas de cobertura previstas no leilão, a expansão do sinal agora segue as estratégias individuais de cada empresa. A TIM lidera em municípios atendidos, com cobertura em 506 cidades, seguida pela Vivo, com 412 localidades, Claro (268), Brisanet (144), Algar (33) e Unifique (9).
Além da cobertura, o número de dispositivos compatíveis com 5G é outro gargalo. Segundo a Anatel, apenas 13,3% dos smartphones no Brasil suportam a tecnologia de quinta geração, enquanto o 4G permanece dominante, atendendo 72,2% dos dispositivos móveis. Essa discrepância mostra que a transição para o 5G ainda enfrenta barreiras significativas no país.
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