Se não conseguimos concretizar o antigo sonho alquímico de transformar chumbo em ouro, ao menos agora alcançamos sucesso na transformação de lixo em ouro. Mohammad Peydayesh e sua equipe no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique desenvolveram uma técnica eficiente e de baixo custo para extrair ouro de resíduos eletrônicos, que frequentemente contêm valiosos metais como alumínio, cobre, cobalto, prata e quantidades significativas do material, especialmente nos contatos de processadores e memórias.
Ao contrário dos métodos anteriores, que eram energicamente intensivos e envolviam o uso de produtos químicos tóxicos, o novo método é altamente eficiente e mais sustentável. Utilizando uma esponja feita de matriz proteica, derivada da desnaturação de proteínas de soro de leite em condições ácidas e de alta temperatura, o minério é extraído do lixo eletrônico. Esse processo resulta em nanofibrilas de proteínas agregadas, formando um gel que, ao ser seco, é transformado em uma esponja composta por essas fibrilas de proteínas.
Na demonstração em escala de laboratório, Mohammad Peydayesh recolheu 20 placas-mãe de computadores antigos, extraiu as peças metálicas da matriz fenólica (a placa propriamente dita) e dissolveu essas partes metálicas em um banho ácido para ionizar os metais.
Posteriormente, ao imergir a esponja de fibra proteica na solução de íons metálicos, os íons de ouro aderiram de forma eficiente às fibras proteicas, enquanto outros íons metálicos também aderiram, porém em menor eficácia.
Para purificar o material, foi necessário lavar a esponja. O processo foi simplificado, consistindo no aquecimento da esponja, reduzindo os íons de ouro a flocos, que foram derretidos para formar uma pepita de ouro.
As 20 placas-mãe de computadores resultaram em uma pepita de aproximadamente 450 miligramas, com 91% de ouro (o restante sendo cobre), equivalente a 22 quilates.
A tecnologia demonstrada é comercialmente viável, apresentando custos totais (matérias-primas e energia) cerca de 50 vezes inferiores ao valor do ouro recuperado. A equipe agora planeja transicionar o processo da escala de laboratório para a escala industrial.
Com informações de Wiley.
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