Dois ex-executivos da Samsung foram presos na Coreia do Sul, suspeitos de repassar segredos industriais da empresa para a China sem autorização. O caso vai além: as autoridades coreanas afirmam que os dois planejavam utilizar a tecnologia da Samsung para fabricar chips em uma fábrica chinesa.
As investigações da Polícia Metropolitana de Seul revelam que um dos detidos, identificado pelo sobrenome Choi, colaborou com autoridades chinesas para construir a fábrica de chips na China, uma joint venture que teria sido batizada de Chengdu Gaozhen.
O segundo detido, conhecido pelo sobrenome Oh, era um projetista que ajudou a desenvolver o projeto da fábrica. Juntos, os dois ex-executivos teriam transferido informações confidenciais sobre a tecnologia de 20 nanômetros da Samsung, usada na produção de chips de memória DRAM, para a China.
As autoridades sul-coreanas destacaram a gravidade do caso, afirmando que o valor das informações sigilosas repassadas chega a cerca de US$ 3,2 bilhões (aproximadamente R$ 18 bilhões).
Além disso, a dupla também teria recrutado outros especialistas em semicondutores da Coreia do Sul para trabalhar na fábrica chinesa. Com mais envolvidos, é possível que a investigação revele outros casos de espionagem industrial.
As autoridades coreanas acreditam que a prisão dos dois ex-executivos pode impedir o funcionamento da fábrica Chengdu Gaozhen.
Samsung já foi alvo de espionagem industrial antes
Esta não é a primeira vez que a Samsung enfrenta problemas com espionagem industrial. Segundo o The Register, no ano passado, um ex-executivo da empresa foi julgado por repassar segredos industriais para ajudar na construção de uma fábrica na China.
Curiosamente, esse indivíduo tem o mesmo sobrenome de um dos detidos na operação atual (Choi), mas não está claro se se trata da mesma pessoa ou de executivos diferentes envolvidos em ambos os casos.
De qualquer forma, a Samsung ser alvo frequente de espionagem não é uma surpresa. Como destaca o Tom’s Hardware, a empresa é uma das maiores fabricantes de chips de memória do mundo e fornece esses componentes para várias outras grandes organizações, como a Nvidia.
A Samsung foi procurada pelo The Register para comentar o caso, mas preferiu não se pronunciar.
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