A proposta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) de separar o Chrome do Google, à primeira vista, poderia beneficiar navegadores rivais. No entanto, a Mozilla, responsável pelo Firefox, alerta que a medida pode prejudicar navegadores menores caso o Google perca influência no setor.
A ideia do DOJ é que forçar o Google a vender o Chrome ajudaria a combater práticas monopolistas, especialmente no mercado de buscas. Contudo, essa iniciativa faz parte de um conjunto maior de medidas, que inclui proibir o Google de firmar acordos para ser o mecanismo de busca padrão em softwares de terceiros. Essa possível restrição é motivo de preocupação para a Mozilla.
O motivo é claro: o Google tem sido o mecanismo de busca padrão do Firefox por muitos anos, e esse acordo é a principal fonte de receita da Mozilla. Em comunicado, a organização alertou que mudanças desse tipo poderiam prejudicar navegadores independentes como o Firefox, comprometendo uma internet aberta e acessível. Segundo a Mozilla:
“Se implementada, a proibição de acordos de pesquisa com navegadores, independentemente de seu tamanho ou modelo de negócios, terá um impacto negativo sobre browsers independentes e poderá prejudicar uma internet aberta.”
Relação entre o Chrome e os acordos de busca
A preocupação da Mozilla com a restrição a esses acordos está ligada, ainda que indiretamente, à possível separação do Chrome e do Google. Apesar de ser uma proposta do DOJ, analistas consideram improvável que o Chrome seja desmembrado do Google, já que o navegador é um dos principais produtos da empresa. Ainda assim, qualquer mudança nesse cenário pode afetar diretamente o equilíbrio do mercado e a sobrevivência de navegadores menores.
Isso indica que outras medidas sugeridas pelo DOJ, como o fim dos acordos que tornam o Google o buscador padrão em navegadores de terceiros, podem ter mais chances de serem implementadas.
A Mozilla, em resposta, defendeu que as ações judiciais deveriam “eliminar barreiras à competição e fomentar um mercado que priorize a escolha do consumidor”. No entanto, a organização não detalhou como essas mudanças poderiam ser efetivadas.
É importante lembrar que tanto a possível separação do Chrome do Google quanto as demais propostas do DOJ têm como objetivo combater alegadas práticas monopolistas da Alphabet, controladora do Google. Apesar disso, ainda não há uma decisão definitiva, e o caso deve se estender até, pelo menos, o final de 2025.
Com informações de PCMag e The Register.
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