Navio chinês é investigado por danos em cabos submarinos na Europa
Autoridades internacionais estão investigando o navio chinês Yi Peng 3 como possível responsável por danos a dois cabos submarinos no Mar Báltico. De acordo com as apurações, a embarcação teria arrastado sua âncora por mais de 160 km, afetando a conexão entre a Ilha da Gotlândia, na Suécia, e a Lituânia, além de outro cabo que liga a Finlândia à Alemanha.
O incidente ocorreu no dia 18 de novembro, quando os dois cabos deixaram de funcionar. Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal relataram que a empresa Ningbo Yipeng Shipping, proprietária do navio, está cooperando com as investigações. O Yi Peng 3 transportava fertilizantes fabricados na Rússia no momento do ocorrido.
Investigadores não descartam a possibilidade de a Rússia estar envolvida, com suspeitas de que o país possa ter ordenado a ação. O Kremlin, no entanto, negou as acusações.
Tensões crescem sobre segurança da infraestrutura digital
O caso aumenta as preocupações de países ocidentais sobre possíveis sabotagens à infraestrutura de comunicação global. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa vêm discutindo medidas de proteção para cabos submarinos, essenciais para a internet e outras operações estratégicas.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estuda o uso de tecnologias como satélites para garantir a conectividade em situações de emergência. O temor é que potências como Rússia e China utilizem ataques a cabos submarinos como ferramenta de pressão geopolítica.
Cabos submarinos: infraestrutura essencial sob risco de sabotagem
Aproximadamente todas as comunicações de longa distância no mundo dependem de cabos submarinos, que transportam diariamente o equivalente a US$ 10 trilhões em transações financeiras. De acordo com a Otan, quase todo o tráfego de internet dos 32 países-membros da aliança militar é realizado por essas estruturas submersas.
Diante do risco crescente de sabotagem, a Otan está desenvolvendo uma iniciativa para desviar o tráfego de dados para satélites em situações de emergência. A medida busca manter a conectividade em caso de ataques ou danos aos cabos submarinos. Contudo, essa solução ainda está em fase de planejamento e deve levar cerca de dois anos para se tornar operacional.
As preocupações com a segurança desses cabos aumentaram recentemente, com investigações apontando para possíveis sabotagens, como o caso envolvendo o navio chinês Yi Peng 3 no Mar Báltico.
Fontes: The Wall Street Journal, Tecnoblog e The Verge.
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