Um retrato de Alan Turing criado pelo robô Ai-Da Robot, que utiliza inteligência artificial, foi vendido por US$ 1,08 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões). Esta marca histórica representa a primeira vez que uma obra de arte produzida por uma máquina humanoide é leiloada.
O nome Ai-Da é uma homenagem a Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computador da história. Com aparência feminina, a robô possui câmeras nos olhos e ferramentas em seus braços, permitindo-lhe criar desenhos, pinturas e esculturas utilizando algoritmos de inteligência artificial. A venda deste retrato simboliza um passo significativo na fusão entre arte e tecnologia, questionando as fronteiras entre o criador humano e as criações das máquinas.
O retrato de Alan Turing, intitulado “AI God” (Deus da IA, em tradução livre), mede 2,29 metros de altura e foi criado por inteligência artificial. Turing, amplamente reconhecido como o pai da ciência da computação moderna, é uma figura central na história da tecnologia.
Como o robô criou uma obra de arte?
A criação da obra foi mais complexa do que simplesmente gerar um comando de texto. Ai-Da, o robô artista, produziu 15 retratos de Turing e selecionou três para digitalizar. Esses retratos foram então processados em um computador, onde a robô seguiu suas próprias instruções para montar a obra. Além disso, Ai-Da utilizou um modelo de linguagem especializado para este tipo de criação artística. A peça foi finalmente impressa em 3D e recebeu retoques finais feitos pelas mãos mecânicas do próprio robô, garantindo um toque artístico humanoide ao resultado.
A robô Ai-Da, responsável pela criação da obra “AI God”, também comentou sobre o significado de seu trabalho. Em suas palavras, “O principal valor do meu trabalho é sua capacidade de servir como um catalisador para a discussão sobre tecnologias emergentes”. Ela ainda explicou que o retrato de Alan Turing convida o público a refletir sobre a “natureza divina da IA e da computação”, ao mesmo tempo em que provoca uma análise sobre as implicações éticas e sociais dos avanços tecnológicos.
Quando o retrato de Turing foi leiloado na casa de leilões Sotheby’s, o valor estimado era de US$ 120 mil a US$ 180 mil (aproximadamente R$ 700 mil a R$ 1,04 milhão). No entanto, a obra superou as expectativas, sendo arrematada por US$ 1,08 milhão, refletindo a crescente intersecção entre a inteligência artificial e o mercado de arte global. A identidade do comprador não foi divulgada, mas o leilão marcou um momento significativo na arte moderna e contemporânea, como destacou a Sotheby’s.
Fontes: BBC, The Independent.
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