Um carro autônomo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) ganhou um desafio internacional. Por meio da plataforma virtual Car Learning to Act (Carla), os 69 melhores laboratórios de pesquisa do mundo participaram da competição inédita que testou, em um ambiente de simulação, a desenvoltura dos carros. Foram mais de 6,5 mil quilômetros percorridos, durante mais de 5,7 mil horas.
A equipe da USP obteve o melhor desempenho em três das quatro categorias do Desafio de Direção Autônoma Carla. O time ainda conseguiu o segundo lugar na única categoria que não venceu e conquistou um prêmio total de US$ 17 mil.
“A gente focou sempre em diminuir, o máximo possível, as infrações que o veículo cometia durante o trajeto”, explicou Iago Pachêco, estudante de mestrado do Laboratório de Robótica Móvel do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC).
A competição internacional exigia que os veículos criados pelos 211 participantes percorressem rotas virtuais, encarando engarrafamento, chuva, placas de trânsito, semáforos, carros desavisados, pedestres e muitos outros imprevistos.
As equipes tinham que programar os veículos nos laboratórios e enviar os códigos para os computadores que processavam a informação. A plataforma, por sua vez, verificava como cada veículo tinha se comportado e computava os pontos. Diferentemente de jogos de rally virtual, não ganhava o mais rápido, mas o que cometia menos infrações.
O desempenho dos carros na competição gera estatísticas que ajudam a identificar o patamar das pesquisas na área de automação de carros. “É uma plataforma pública a que todo mundo tem acesso. Isso permite comparar diversas abordagens de veículos autônomos. Cada laboratório tem um estilo diferente, algoritmos diferentes, de trabalhar com veículos”, explicou Pachêco.
Os pesquisadores da USP vão agora utilizar os conhecimentos obtidos na competição para aplicá-los em um veículo real. “Já temos um veículo que funciona, mas durante a competição desenvolvemos alguns complementos que não estão presentes no veículo atual. A ideia é passar para o veículo atual e avaliar o desempenho dele em situações reais”, destacou Pachêco.
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