No MWC 2025, realizado esta semana em Barcelona, a Cisco apresentou uma inovação promissora: a possibilidade de realizar chamadas de emergência por meio das redes WiFi OpenRoaming. Essa tecnologia, já integrada ao padrão WiFi e compatível com equipamentos modernos, permite que parte da banda de cada access point seja compartilhada com usuários previamente autenticados em outras redes.
Nos Estados Unidos, o OpenRoaming já conta com mais de 650 milhões de access points, possibilitando conexões automáticas e seguras. No Brasil, no entanto, sua adoção ainda enfrenta barreiras comerciais impostas pelos fabricantes de equipamentos.
Como funcionam as chamadas de emergência via WiFi?
Com essa tecnologia, qualquer dispositivo móvel conectado a uma rede OpenRoaming poderia discar um número de emergência, e a chamada seria encaminhada via protocolo SIP (IP) para um operador emergencial. Esse operador, por sua vez, faria a interconexão com a rede pública e encaminharia automaticamente a localização do chamador, mesmo que o celular não estivesse dentro da área de cobertura de uma rede móvel.
A precisão da localização se deve ao fato de que muitos access points WiFi conseguem se autolocalizar com base na proximidade de outros dispositivos ou até mesmo captar sinais de GPS de baixa intensidade, mesmo em locais fechados. Assim, quando uma chamada de emergência é realizada, essas informações são transmitidas automaticamente para o sistema que gerencia as ligações.
Potencial no Brasil e desafios regulatórios
O modelo poderia ser adotado no Brasil e se tornaria um recurso essencial diante da recente mudança regulatória que extinguiu as concessões de telefonia fixa, reduzindo a oferta de serviços de emergência via números de três dígitos (190, 192, etc.).
No entanto, para que as chamadas de emergência via WiFi se tornem realidade no país, seriam necessários dois avanços fundamentais:
- Adoção do OpenRoaming por operadoras e fabricantes, liberando os dispositivos para essa funcionalidade.
- Definição de um operador emergencial pela Anatel, que atuaria no encaminhamento das chamadas para os serviços adequados, como polícia, bombeiros e resgate.
A implementação dessa solução pode representar um grande avanço na segurança pública, garantindo conectividade em situações críticas, mesmo onde a cobertura das redes móveis é limitada.
Com informações de Teletime.
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