A Qualcomm apresentou uma nova face no Mobile World Congress 2025, marcando uma evolução significativa em relação aos anos anteriores. Se antes o foco era exibir seus processadores para aplicações que iam do 5G a veículos conectados, passando por WiFi e IoT, agora a empresa aposta na integração de soluções e na oferta de serviços. A estratégia parece seguir a lógica de “se você quer algo bem feito, faça você mesmo”.
Expansão para além dos smartphones
Segundo Luis Tonisi, presidente da Qualcomm para a América Latina, essa mudança reflete um objetivo claro: até 2029, a empresa quer que pelo menos 50% de sua receita venha de mercados além do smartphone. Entre esses segmentos estão FWA, small cells e rádios de onda milimétrica, além de servidores para processamento de Inteligência Artificial, softwares de automação no modelo “as a service” e soluções para automação doméstica. Apesar dessa diversificação, os semicondutores continuam sendo a espinha dorsal do negócio.
Processadores e Inteligência Artificial
Na linha de produtos além de celulares, wearables e PCs, destacam-se os processadores Dragonwing, com IA nativa, e o recém-lançado modem 5G X82, também equipado com Inteligência Artificial. Mas a grande transformação está na estratégia comercial. Em vez de apenas fabricar chips e aguardar que o mercado desenvolva aplicações, a Qualcomm agora entrega soluções completas para seus parceiros, acelerando a adoção de novas tecnologias. “Estamos colocando nossos parceiros na ‘cara do gol’ para liderarem a transformação em diversos setores econômicos”, afirma Tonisi.
Estratégia no Brasil
No Brasil, essa abordagem resultou na formação de uma equipe dedicada, liderada por Diego Aguiar, head da Qualcomm no país. O foco desse time é desenvolver verticais de negócios, fomentar ecossistemas, criar parcerias e estruturar soluções. “Percebemos que a adoção da Internet das Coisas na região estava lenta porque faltavam empresas dispostas a conectar os pontos e desenvolver casos de uso. Decidimos assumir esse papel: organizamos centenas de casos reais, criamos um roteiro detalhado, estruturamos soluções e parcerias e agora levamos esse portfólio para operadoras e clientes. É como um showroom global de IoT que adaptamos para o Brasil”, explica Aguiar.
O futuro dos processadores e wearables
Enquanto isso, a Qualcomm segue fortalecendo seu core business nos processadores para dispositivos de consumo, com destaque para a família Snapdragon. Dois mercados se mostram especialmente promissores: os computadores pessoais baseados em arquitetura ARM e os wearables.
“Pouca gente percebeu, mas a revolução dos wearables já chegou. O sucesso dos óculos conectados da Meta, vendidos em parceria com a Ray-Ban, mostra que, quando o formato é conveniente, as pessoas adotam a tecnologia”, destaca Tonisi. Ele acredita que a combinação de um design atraente com assistentes pessoais baseados em IA vai impulsionar a consolidação dos wearables, uma tendência há tempos discutida nos congressos do Mobile World Congress, mas que só agora começa a ganhar força real no mercado.
Com informações de Teletime.
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