A Cisco tem utilizado o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, como um verdadeiro laboratório para aprimorar seus sistemas de acesso e gerenciamento WiFi. O evento, que reúne mais de 110 mil pessoas anualmente, exige conectividade intensa, com um grande número de usuários utilizando dispositivos avançados, alta movimentação entre ambientes e picos de uso extremos—cenários ideais para testar redes em condições desafiadoras.
Não por acaso, a Cisco é a fornecedora oficial do sistema WiFi que garante a conectividade indoor da Fira Europa, o imenso centro de convenções que sedia o evento. Este ano, a empresa realizou um experimento inédito: pela primeira vez, operou parte de seus milhares de access points utilizando apenas 500 MHz na banda de 6 GHz.
A iniciativa simulou o impacto da divisão do espectro que vem sendo proposta por reguladores em diversos países, incluindo o Brasil. O resultado foi claro: com apenas 500 MHz disponíveis, o WiFi de 6 GHz apresentou mais interferências e perda de qualidade de sinal do que a faixa de 5 GHz, hoje amplamente utilizada.
Crescimento do 6 GHz e uso de IA na gestão de redes
Os testes da Cisco no MWC 2025 revelaram que 18% dos dispositivos conectados ao WiFi do evento já operam em 6 GHz, um crescimento significativo em relação aos 3% registrados em 2024. A projeção é que, em 2026, mais da metade dos dispositivos já utilize essa faixa.
Além disso, a Cisco introduziu novas ferramentas de Inteligência Artificial para gerenciar access points de forma dinâmica, otimizando o desempenho da rede diante das variações de demanda e interferência.
A disputa pelo espectro de 6 GHz
A Cisco tem sido uma das principais defensoras da liberação total da faixa de 6 GHz para serviços não licenciados, como o WiFi. A Anatel manteve essa posição até o final de 2024, mas recentemente indicou que pretende reservar apenas 500 MHz para o WiFi, destinando os outros 700 MHz para o 5G, cujo espectro deve ser leiloado em 2026.
Com o crescimento acelerado do uso da banda de 6 GHz para WiFi, a decisão dos reguladores poderá ter um impacto significativo na qualidade e expansão da conectividade sem fio no Brasil e no mundo.
Com informações de Teletime.
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