Durante seu primeiro discurso oficial ao Colégio de Cardeais, o recém-eleito Papa Leão XIV surpreendeu ao citar a inteligência artificial (IA) como uma das principais inspirações para a escolha de seu nome papal. O pontífice, anteriormente conhecido como Robert Francis Prevost, declarou que pretende conduzir a Igreja Católica rumo a uma reflexão mais profunda sobre os impactos éticos, sociais e espirituais das novas tecnologias.
De Chicago ao Vaticano: quem é Robert Francis Prevost, o Papa Leão XIV?
Robert Francis Prevost nasceu em Chicago em 14 de setembro de 1955. Formou-se em Matemática pela Universidade Villanova em 1977 e ingressou na Ordem de Santo Agostinho no mesmo ano. Fez seus votos solenes em 1981 e, em 1982, foi ordenado sacerdote em Roma. Posteriormente, obteve licenciatura e doutorado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino.
Prevost iniciou sua missão no Peru em 1985, atuando em diversas funções eclesiásticas e acadêmicas. De volta aos Estados Unidos, liderou a Província Agostiniana de Chicago e mais tarde foi eleito Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho em dois mandatos consecutivos (2001 e 2007). Sua experiência administrativa e pastoral o levou a ocupar cargos estratégicos na Igreja, incluindo o episcopado em Chiclayo, Peru, e o cargo de Prefeito do Dicastério para os Bispos — uma das funções mais influentes da Cúria Romana, responsável por nomeações episcopais ao redor do mundo.
Pontificado voltado à ética tecnológica e à inteligência artificial
Inspirado em Leão XIII, que enfrentou os desafios da Revolução Industrial, Leão XIV afirmou que seu pontificado será marcado pela atenção à “revolução tecnológica”, com especial ênfase nos avanços e dilemas trazidos pela inteligência artificial.
“A Igreja oferece a todos o tesouro de sua doutrina social em resposta a uma nova revolução industrial e aos desenvolvimentos no campo da inteligência artificial”, afirmou Leão XIV, em discurso traduzido oficialmente pelo Vaticano.
A menção direta à IA como elemento central do pontificado representa uma mudança de paradigma na liderança católica, ampliando o espaço para discussões éticas sobre o uso de algoritmos, justiça digital, dignidade humana e responsabilidade social diante da automação e da tecnologia generativa.
Do Dicastério para os Bispos ao Colégio Cardinalício
Robert Prevost foi nomeado Prefeito do Dicastério para os Bispos em janeiro de 2023 e, em setembro do mesmo ano, criado cardeal por Papa Francisco. Em fevereiro de 2025, foi elevado à ordem dos cardeais-bispos, recebendo a Sé suburbicária de Albano — reforçando sua posição estratégica no Vaticano.
Embora sua trajetória também tenha enfrentado críticas de grupos de defesa das vítimas de abuso clerical, Prevost seguiu crescendo em influência. Sua eleição ao papado em 2025 marca não apenas uma mudança geracional, mas também a entrada definitiva da Igreja Católica no debate global sobre inteligência artificial, ética tecnológica e justiça social.
Igreja Católica e a IA: um novo horizonte
Nos últimos anos, o Vaticano tem se posicionado cada vez mais sobre os riscos e oportunidades da inteligência artificial. Documentos recentes analisam seus efeitos sobre a verdade, o trabalho humano e a disseminação de desinformação — temas reforçados por Papa Francisco e agora incorporados com ainda mais força por Leão XIV.
Com o novo pontífice, espera-se que o Vaticano desempenhe um papel ativo nos debates sobre uso ético de algoritmos em um mundo cada vez mais digital e automatizado.
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