Este é o meu primeiro artigo para o Engenharia É. E para iniciar, resolvi conversar um pouco sobre Talentos e o que isso tem a ver com Alta Performance.
Para mim é uma honra poder compartilhar um pouco sobre a minha experiência em um site tão renomado no mercado da engenharia, e que eu praticamente vi nascer e crescer. Escrever por aqui, é como que uma tradução daqueles momentos em que parece que o passado encontra com o presente.
O meu intuito é falar um pouco sobre gestão de processos e pessoas. Trazer aqueles ‘óbvios’ que de tão ‘óbvios’ começam a passar despercebidos. Vou trazer técnicas, teorias e visões de mundo que eu fui adquirindo ao longo da minha carreira. Pode ser que alguma delas faça sentido para você. Este será antes de tudo, um espaço para que possamos trocar algumas ‘figurinhas’.
Veja bem: Nunca se ouviu tanto falar em criação de equipes performáticas. As mídias sempre estão dispostas de informações que ensinam como sermos a nossa melhor versão, produzirmos mais, técnicas e ferramentas de controle e gestão e por ai vai. Porém, são raras as vezes, que eu vejo alguém voltando para o básico e falando sobre algo que seguimos ignorando e que faz toda a diferença dentro de um contexto como esse.
Para mim, uma equipe só consegue ter alta performance, quando temos o bom senso de colocar as pessoas certas nos lugares corretos. Quando a liderança tem a sensibilidade de olhar para o colaborador e reconhecer os talentos que ele dispõe e usá-los de maneira estratégica em relação às demandas que precisam ser atendidas.
Mas antes de tudo, o que é um talento?
Existem 2 tipos de talentos: natural e adquirido. Neste artigo, vamos nos ater ao talento natural.
O talento natural pode ser classificado da seguinte maneira: Pré-disposição para fazer com mais facilidade algumas tarefas determinadas. E geralmente é algo para aquilo que você é atraído. Ele é inato, vitalício e insubstituível. E é formado principalmente pela soma de HABILIDADES, CURISOSIDADE E FLOW.
Uma pessoa só consegue chegar à excepcionalidade quando lapida os seus talentos naturais. Jacob Petry vai nos dizer que é como se cada um tivesse um lugar próprio no mundo, e só conseguisse ocupar este espaço, quando reconhece e trabalha em cima dos seus talentos.
Se isso vale para um lugar no mundo, quanto mais para um lugar dentro de uma equipe!
Em outras palavras, o talento é a ferramenta que temos em nossas mãos, que nos permitem sermos quem de fato somos. E se bem lapidado, fazemos isso na mais alta performance.
Isso não quer dizer que você não pode se tornar bom em algo que se empenhar a fazer e que não tenha uma pré-disposição para aquilo. Mas excepcional, você só consegue o ser quando os seus talentos naturais encontram o trabalho duro.
Deixe-me ser mais claro: Em 2017 eu era coordenador de uma competição de robótica. Na minha equipe, tinha um colaborador que possuía uma curiosidade gigantesca pela fabricação de aplicativos. Criar um aplicativo para o torneio não estava em nosso planejamento naquele ano. Mas ao perceber neste funcionário esta curiosidade, somada aos estudos que ele estava fazendo ‘por fora’ sobre este assunto e uma baita vontade de fazer algo concreto com isso, eu pensei: Por que não? Pode ser uma possibilidade de deixarmos a competição ainda mais robusta e aumentar o engajamento dos participantes.
Lembro-me do sorriso enorme que ele abriu quando sentei para conversar com ele sobre esta proposta. Fizemos um esboço do aplicativo: como ele deveria funcionar e como estaria atrelado a competição. Separamos algumas horas da sua carga horária para ele se dedicar a este projeto, sem que comprometêssemos as demais atividades. A ideia inicial não era utilizar o app na competição de 2017. Mas deixá-lo estruturado para a próxima edição. Resultado? Antes de iniciarmos a competição daquele ano, o aplicativo já estava pronto para ser baixado pelos participantes.
Foi um sucesso! O aplicativo ajudou os participantes a se preparem melhor para a competição, chegando para a etapa classificatória mais afiados com os elementos que seriam utilizados. Também atrelamos a ele um sistema de ranking, onde os mais bem ranqueados recebiam pontos extras, que seriam somados na etapa de classificação. Isso aumentou o engajamento dos participantes.
Mas o que isso tem a ver com talentos e equipe de alta performance?
O que eu fiz aqui, foi identificar um talento ‘escondido’ de um colaborador, e atrelá-lo a uma estratégia que pudesse beneficiá-lo e também ao projeto. Entregamos em tempo recorde uma funcionalidade nova e que criou conexão com o público-alvo.
Não estou dizendo que é responsabilidade exclusiva do líder lapidar os talentos de seus liderados. Afinal, cada um deve ser responsável por si. Mas quando os reconhecemos e conseguimos atrelar de maneira prática essa informação, provavelmente teremos colaboradores mais bem engajados, felizes e performáticos.
Nada te deixa mais na alta performance do que a possibilidade de ser quem você é.
Isso faz sentido para você? Deixe nos comentários a sua opinião!
2 Comentários
Diego é um profissional excelente!
Obrigado pelo carinho de sempre Márcio.