Um grupo de cientistas da Universidade de Nova York em Abu Dhabi (NYUAD), nos Emirados Árabes Unidos, recentemente empregou imagens da sonda marciana para desenvolver um mapa abrangente do planeta vermelho, chamado de Mars Atlas. Esse atlas é visto como uma ferramenta crucial para auxiliar astronautas em futuras missões, pesquisas, explorações de recursos e outras atividades planejadas.
Os dados utilizados foram coletados pela sonda Hope, enviada em uma missão dos Emirados Árabes Unidos em julho de 2020, e consistem em quase três mil imagens de alta resolução da superfície de Marte, capturadas pelo orbitador Emirates Exploration Imager (EXI), um instrumento de grande relevância na missão.
Conforme comunicado da NYUAD, o mapa também tem como propósito ajudar os cientistas a identificar as regiões mais propícias para estabelecer assentamentos humanos, considerando fatores como clima, recursos e topografia do ambiente marciano.
Dimitra Atri, líder da equipe de pesquisa sobre Marte na NYUAD, observou: “Se você olhar para a história de Marte, muitas sondas simplesmente se chocaram. Se uma sonda se choca, é uma grande perda de ciência e recursos. Mas quando você está enviando humanos, precisa ser muito cuidadoso. Pode parecer bobo, mas talvez no futuro seja muito comum as pessoas irem para Marte e até mesmo viverem lá.”
Vale ressaltar que este não é o primeiro grupo de cientistas a criar um mapa de Marte, e provavelmente não será o último. Por exemplo, no início de 2023, pesquisadores do California Institute of Technology (Caltech) elaboraram um mapa a partir de 110 mil imagens capturadas pelos instrumentos da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) dos Estados Unidos.
O primeiro “atlas” de Marte foi criado por astrônomos Wilhelm Beer e Johann von Mädler em meados de 1840, seguido posteriormente por outra representação geográfica detalhada dos supostos “canais” de Marte desenvolvida pelo astrônomo Giovanni Schiaparelli. Somente a partir de cerca de 1960, cientistas da NASA começaram a receber imagens e dados que revelaram as verdadeiras características do planeta vermelho.
De acordo com um representante do projeto JMARS, Scott Dickenshied, em um e-mail à CNN, “[O mapa da NYUAD foi] criado a partir de dados mais recentes do que alguns dos mapas globais anteriores [e fornece uma] perspectiva adicional de como Marte se parece. Essa perspectiva pode ser muito útil para pesquisadores que desejam observar nuvens ou atividade de tempestades de poeira em uma escala planetária.”
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