A tecnologia protética tem feito enormes progresso durante a última década, mas simular com precisão sensações semelhantes às que sentimos diariamente é uma tarefa difícil. A nova tecnologia de “pele eletrônica” desenvolvida no Instituto de Ciência e Tecnologia de Daegu Gyeongbuk (DGIST) pode ajudar a reproduzir sensações de “dor” e permitir que os robôs compreendam reações táteis, como a sensação de picada ou calor na pele.
Tentar recriar os sentidos humanos tem sido um forte motor de motivação para os pesquisadores. A imitação dos processos táteis tem sido preocupação de vários grupos de pesquisa nos últimos anos, mas os avanços alcançados principalmente melhoraram a sensação de pressão e força das próteses. As sensações humanas, no entanto, podem detectar sinais muito mais sutis.
Uma pele eletrônica capaz de reproduzir artificialmente a dor
Os pesquisadores da DGIST, liderados pelo professor Jae Eun Jang do Departamento de Engenharia de Informação e Comunicação, tiveram que reunir especialistas de diferentes áreas para começar a tarefa árdua de reproduzir essas sensações mais complexas em seu protótipo de pele eletrônica, trabalhando com colegas do Robotics and Brain da DGIST. O protótipo é descrito na revista Soft Robotics.
“Desenvolvemos uma tecnologia básica capaz de detectar eficazmente a dor, o que é necessário para desenvolver um futuro sensor tátil. Como resultado da pesquisa de convergência por especialistas em nanotecnologia, engenharia eletrônica, engenharia robótica e ciência do cérebro, ela será amplamente utilizada para desenvolver uma pele eletrônica que sinta diferentes sensações e novas interações homem-máquina” explica Jang.

O esforço da equipe da DGIST permitiu desenvolver uma tecnologia de sensor mais eficiente, capaz de detectar simultaneamente pressão e calor. Eles também desenvolveram um sistema de processamento de sinal que ajusta as respostas à dor de acordo com pressão, área e temperatura.
Uma tecnologia otimizada para detecção precisa de estímulos
A pele eletrônica também exigiu avanços na ciência dos materiais, a tecnologia é baseada em um nanofio de óxido de zinco. Este nanofio possui duas propriedades físicas específicas que o tornam eficaz para reproduzir a sensação humana:
- Efeito piezoelétrico: o nanofio é piezoelétrico, o que significa que ele gera uma carga elétrica como resposta a uma tensão mecânica. Assim, o sensor é auto-alimentado e permite estimar a pressão com base na carga gerada.
- Efeito Seebeck: uma mudança elétrica distinta ocorre quando um gradiente de temperatura se forma no nanofio, permitindo medir o calor.
“Se os robôs também podem sentir dor, nossas pesquisas seguirão mais longe no campo da tecnologia para controlar a tendência agressiva dos robôs, que é um dos fatores de risco no desenvolvimento da IA”, explica Jang. Robôs capazes de sentir dor é um conceito futurista, mas o trabalho de Jang mostra que os avanços da robótica no mundo real estão alcançando a ficção científica.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.