Na madrugada deste sábado (2), a Índia alcançou mais um sucesso em seu programa espacial com o lançamento bem-sucedido da missão Aditya-L1, que tem como objetivo o estudo do Sol. Esta é a segunda sonda lançada pelo país nas últimas semanas, seguindo o lançamento da Chandrayaan-3 para a Lua em agosto.
O veículo lançador Polar Satellite Launch Vehicle (PSLV) partiu do Centro Espacial Satish Dhawan por volta das 3h20 (horário de Brasília), marcando um novo marco no programa espacial indiano.
A Índia alcançou um feito histórico com o lançamento bem-sucedido da sonda Aditya-L1 em direção ao Sol, seguindo o sucesso da missão de pousar um robô na Lua. A Aditya-L1 agora inicia uma longa jornada rumo ao Sol, e Jitendra Singh, Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia da Índia, parabenizou a Índia e a ISRO (Organização Indiana de Pesquisa Espacial) por essa notável conquista. O veículo lançador PSLV executou com êxito a colocação da Aditya-L1 na órbita baixa da Terra (LEO) conforme planejado, cerca de 63 minutos após o lançamento, embora essa não seja a posição final da sonda.
Uma vez que os cientistas confirmarem a condição satisfatória dos sete instrumentos a bordo, a espaçonave ajustará sua órbita circular para uma trajetória elíptica, marcando o início de uma jornada de quatro meses em direção ao destino final: o Ponto de Lagrange L1 no sistema Terra-Sol.
Localizado a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, o observatório terá uma visão ininterrupta do Sol a partir do Ponto de Lagrange L1. Esta mesma região abriga o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA) que monitora a atividade solar desde 1996. O observatório Aditya-L1 é um ambicioso projeto que envolve um investimento de quase US$45 milhões (R$223,7 milhões, em conversão direta) e foi desenvolvido ao longo de 15 anos, como reportado pelo site Space.com.
O primeiro observatório solar da Índia, chamado “Aditya-L1,” recebe seu nome em homenagem à nossa estrela, o Sol, que é chamado de “Aditya” em sânscrito. O “L1” em seu nome refere-se ao “1º Ponto de Lagrange,” que é a posição no espaço onde a sonda orbitará entre a Terra e o Sol.
Os Pontos de Lagrange são posições especiais no espaço onde as forças gravitacionais de dois corpos massivos estão em equilíbrio com a força centrífuga de um terceiro objeto de massa desprezível em relação a eles. Em outras palavras, é um ponto onde as forças se equilibram, permitindo que uma espaçonave permaneça em posição com um consumo mínimo de combustível. O observatório Aditya-L1 será colocado nesse ponto para estudar o Sol de forma contínua e precisa.
Apesar do estudo contínuo do Sol ao longo dos anos, ainda existe um enigma em relação à camada atmosférica mais externa da estrela, conhecida como coroa, que é surpreendentemente um milhão de graus Celsius mais quente do que a superfície solar. O processo que leva a explosões solares e à liberação de enormes nuvens de plasma, chamadas ejeções de massa coronal (CMEs), é pouco compreendido, assim como a aceleração dessas CMEs a altas velocidades próximas ao disco solar.
De acordo com a ISRO, o observatório Aditya-L1 tem o potencial de fornecer algumas pistas cruciais para desvendar esses mistérios de décadas relacionados ao comportamento do Sol.
Achou útil essa informação? Compartilhe com seus amigos!
Deixe-nos a sua opinião aqui nos comentários.