A maior produtora de petróleo da China iniciou a perfuração de um buraco no deserto de Taklamakan, que está projetado para atingir uma profundidade de mais de 11.000 metros. Embora não seja o poço mais profundo do mundo, essa perfuração tem o potencial de fornecer acesso a reservas de petróleo ultraprofundas e também obter novas informações geológicas.
Segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, a Corporação Nacional de Petróleo da China começou a perfuração em 30 de maio, e os engenheiros da empresa projetam que o poço atingirá uma profundidade de 11.100 metros.
O poço mais profundo do mundo, conhecido como Poço Superprofundo de Kola, alcançou uma profundidade de 12.262 metros em uma região remota do noroeste da Rússia, após 20 anos de perfuração.
A Sinopec, uma refinaria de petróleo envolvida no projeto, afirmou em comunicado à imprensa que pretende perfurar este novo poço, chamado Projeto Terra Profunda, Poço 1-Yuejin 3-3XC, em um tempo recorde de 457 dias. A empresa possui experiência nesse tipo de perfuração, já tendo perfurado 49 poços com mais de 8.000 metros de profundidade na mesma região.
A perfuração do poço “Terra Profunda” na China tem um propósito científico além da exploração de petróleo. O presidente chinês, Xi Jinping, destacou a “Terra Profunda” como uma das quatro fronteiras estratégicas para a comunidade científica do país em um discurso de 2021.
O objetivo é alcançar rochas formadas durante o período Cretáceo, entre 66 milhões a 145 milhões de anos atrás, oferecendo aos pesquisadores uma visão única da geologia da Bacia do Tarim. Essa região foi formada durante o fechamento do Oceano Paleo-Asiático, há mais de 200 milhões de anos, e coleta água drenada de três cadeias de montanhas.
No entanto, a coleta de amostras cientificamente puras é um desafio, uma vez que a presença de petróleo e gás pode contaminar os testemunhos de sondagem. Projetos de perfuração científica geralmente evitam encontrar esses recursos para garantir a integridade das amostras.
Além disso, mesmo se o objetivo de profundidade do poço for alcançado, estará apenas um terço do caminho até o manto terrestre, pois a crosta continental tem dezenas de quilômetros de espessura. Coletar amostras do manto é um dos grandes objetivos da comunidade geológica mundial.
No campo da exploração científica, os esforços mais significativos para atingir o manto estão sendo feitos com perfurações no fundo do oceano, onde a crosta terrestre é consideravelmente mais fina do que em áreas terrestres. Essas missões têm como objetivo obter amostras diretamente do manto, proporcionando uma compreensão mais profunda da estrutura e composição interna da Terra.
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