Se alguém me perguntasse hoje, qual o foguete mais potente que a humanidade já viu eu responderia sem titubear: Saturno V. Mas porque? Criado para o programa lunar americano, este bruto de 111 metros de altura foi responsável por 13 lançamentos entre os anos de 1967 e 1973. O Saturno V podia levar 118 toneladas para órbitas “baixas”, identificadas pela sigla LEO (Low Earth Orbit). Estas órbitas se encontram entre 350 e 1400 km acima da superfície da terrestre. Para levar cargas a Lua o foguete deve ser capaz de realizar o que chamamos de manobra “injeção translunar” (em inglês a sigla é TLI, TransLunar Injection). O Saturno V era capaz de levar 47 toneladas numa TLI.
Em julho de 1969, dois astronautas conseguiram, pela primeira vez, pisar em um corpo celeste fora da Terra, a Lua. A viagem à Lua é considerada como a maior aventura do Século XX, e custou nada menos que 25 bilhões de dólares em 1969, o que corresponde, em valores atualizados, superiores a US$ 100 bilhões.
Por sua vez as naves Apollo foram lançadas para o espaço através de alguns do maiores e mais potentes veículos a foguetes já fabricados, os Saturno I, Saturno IB e Saturno V. Até hoje, o Saturno V mantém o título de maior foguete já construído, e não só suas dimensões eram impressionantes, como também sua potência e capacidade.

O grande idealizador dos foguetes Saturno foi o alemão Wernher Von Braun, criador dos mísseis V-2 alemães usados na Segunda Guerra Mundial. Von Braun, depois de se entregar aos Aliados em 1945, no final da guerra, passou a trabalhar para os americanos, na NASA – National Aeronautics and Space Administration. Em 1955, naturalizou-se americano.
O foguete Saturno V era constituído de três estágios
Todos utilizando combustível líquido para sua propulsão.
O primeiro estágio, denominado S-IC, era responsável pela subida inicial, e percorria quase 58 Km a uma velocidade de até 9.900 Km/h. Possuía cinco motores F1, que consumiam querosene e oxigênio líquido e proporcionavam um empuxo total de 7.503.000 lbf. O primeiro estágio foi construído pela Boeing Company.
Após consumir todo seu combustível, o primeiro estágio era separado do restante do foguete por pararafusos explosivos e descartado, caindo no Oceano Atlântico, momento em que era acionado o segundo estágio, o S-II, bem menor, equipado com 5 motores J2, com empuxo total de 1.125.450 lbf de empuxo e que consumiam hidrogênio e oxigênio líquidos. Esse estágio levava o foguete a uma altura de 162,5 Km e atingia a velocidade de quase 25 mil Km/h. O S-II também se separava do restante do foguete por parafusos explosivos e era descartado. O segundo estágio foi construído pela North American Aviation.
O terceiro estágio, o S-IVB, que entrava em ação a seguir, possuía um motor J2, de 225.000 lbf de empuxo, colocava a nave Apollo em órbita, e o motor era então desligado. Depois de dar algumas voltas na terra, o motor do S-IVB era religado para a nave sair da órbita da Terra e ir em direção à Lua. Depois de consumir todo seu combustível, o terceiro estágio era também descartado e abandonado no espaço, restando então o conjunto da Nave Apollo, constituído pelos módulos de comando, de serviço e lunar, que seriam usados para orbitar e pousar na Lua. O terceiro estágio foi construído pela Douglas Aircraft Company.
Nos dias de hoje, três foguetes Saturno completos encontram-se preservados. Cada um deles foi montado com estágios dos dois foguetes não utilizados acima citados, mais outros estágios que seriam, mas que não foram utilizados em testes, e o terceiro estágio que não foi usado pelo Saturno INT-21. Esses foguetes atualmente encontram-se no Kennedy Space Center, em Cape Canaveral, Flórida, Johnson Space Center, em Houston, Texas e no U.S. Space & Rocket Center em Huntsville, Alabama. Outros estágios isolados também se encontram preservados em outros locais.
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