A procura por lítio cresceu devido à necessidade de baterias de carros, mas a mineração deste mineral tem impactos negativos no meio ambiente. Porém, cientistas encontraram uma solução: a extração de lítio a partir da água do oceano.
O lítio é fundamental para a fabricação de baterias recarregáveis que alimentam desde telefones celulares até veículos elétricos. No entanto, o atual ritmo de mineração não será suficiente para atender a demanda futura, ameaçando esgotar os suprimentos terrestres conhecidos até 2080. A extração de lítio da água do mar pode ser a solução para fornecer este mineral de forma sustentável e acessível para a indústria de baterias.
Uma equipe da King Abdullah University of Science and Technology na Arábia Saudita encontrou uma solução para a questão da mineração de lítio: extrair o mineral a partir da água do mar. O objetivo é evitar que os suprimentos terrestres de lítio acabem, e ao mesmo tempo, minimizar os impactos negativos da mineração no meio ambiente.
A equipe afirma ter desenvolvido um método acessível para extrair lítio da água do oceano, oferecendo uma fonte potencialmente inesgotável do mineral. Além disso, a mineração de lítio da água do mar seria menos prejudicial ao meio ambiente, uma vez que não requer grandes quantidades de água, como na mineração terrestre que pode desperdiçar até 500.000 galões de água por tonelada de lítio extraído.
A água do oceano contém grandes quantidades de lítio, mas em concentrações muito baixas, o que tornou difícil extrair o mineral.
A equipe apresentou uma abordagem única na revista Energy & Environmental Science, ao criar uma célula eletroquímica com uma membrana cerâmica composta de óxido de lítio lantânio e titânio (LLTO). Essa membrana atua como uma malha fina para filtrar o lítio da água do mar. Com essa técnica inovadora, a equipe alcançou uma forma acessível de extrair lítio do oceano, oferecendo uma fonte potencialmente inesgotável do mineral.
Como resultado, os íons de lítio podem passar pelos poros enquanto os íons metálicos maiores são bloqueados.
A água do mar é alimentada na célula e passa por três câmaras. Os íons positivos e negativos são separados na primeira câmara e os íons positivos se movem para a câmara lateral, enquanto a água concentrada de lítio é alimentada novamente pelo sistema.
A equipe ajustou o pH das soluções para garantir a pureza do produto final e atender às especificações dos fabricantes de baterias. A concentração de lítio aumenta a cada ciclo de processamento, tornando a solução acessível e ambientalmente viável.
O processo ainda está em estágio inicial e precisa ser comprovado para ser econômico, mas a equipe concluiu em um estudo econômico que, se a energia custar cerca de US$ 65 por MWh, só precisaria de US$ 5 de eletricidade para extrair 1 quilo de lítio da água salgada. Se o preço do lítio aumentar, espera-se que os fabricantes de baterias comecem a considerar a mineração do mar como uma opção.
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