Segundo uma recente pesquisa divulgada no repositório de pré-publicação arXiv, um conjunto de astrônomos empregou o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para aprofundar nosso entendimento sobre a formação de planetas em uma região estelar denominada Nebulosa da Lagosta, uma nebulosa estelar comparável à conhecida Nebulosa de Orion.
Os cientistas esclarecem que essa área é também o lar de várias estrelas massivas, algumas das quais figuram entre as mais imponentes da Via Láctea. O astrônomo britânico James Jeans foi pioneiro ao sugerir que o colapso de uma nebulosa estelar desempenha um papel fundamental na formação de uma estrela. Desde então, inúmeras regiões análogas no universo têm sido objeto de estudo.
De fato, a Nebulosa de Orion, por si só, tem sido minuciosamente investigada como uma região propícia à formação de estrelas jovens e calorosas.
Os cientistas afirmam que o nosso próprio Sol pode ter sido gerado nesse ambiente. Por essa razão, eles estão empenhados em desvendar os intricados segredos dessa dinâmica estelar.
A Nebulosa da Lagosta, também conhecida pelo nome científico NGC6357, foi um dos principais focos das recentes observações conduzidas pelo Telescópio Espacial James Webb. Situada a cerca de 6 mil anos-luz da Terra, na constelação de Escorpião, esta nebulosa revelou descobertas surpreendentes, incluindo a presença de água durante as observações telescópicas.
Os pesquisadores apresentaram os primeiros resultados do programa do Telescópio Espacial James Webb (JWST) para Ambientes de Raios Ultravioleta Extremos (XUE), cujo foco reside na caracterização de discos envolvidos na formação planetária em regiões de criação estelar que abrigam estrelas massivas.
Entretanto, essas áreas são consideradas representativas do ambiente no qual muitos sistemas planetários provavelmente se originaram. Compreender o impacto desse ambiente na formação de planetas é crucial para obter perspectivas sobre a diversidade das populações de exoplanetas observadas, como destacado pelos cientistas na introdução do artigo.
Água na Nebulosa da Lagosta coletadas por Telescópio James Webb
De acordo com o artigo, a equipe de astrônomos investigou 15 discos planetários em três regiões distintas da Nebulosa da Lagosta para compreender como o ambiente pode influenciar a formação de planetas.
Um desses discos, denominado XUE 1, revelou a presença de alguns ingredientes que podem desempenhar um papel crucial no desenvolvimento cósmico de um planeta.
Os dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) indicam que a Nebulosa da Lagosta talvez seja um dos ambientes mais extremos da Via Láctea, e mesmo assim, é rico em água, monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio e acetileno.
Contudo, para os pesquisadores, as novas observações sugerem que planetas terrestres podem se formar tanto em regiões de alta massa quanto em regiões de baixa massa, independentemente de o ambiente ser extremo ou não.
“Nossas descobertas implicam que as regiões internas de discos altamente irradiados podem manter condições físicas e químicas semelhantes às dos discos em regiões de formação estelar de baixa massa. Isso amplia a variedade de ambientes com condições propícias para a formação de planetas rochosos, desde as regiões de disco interno até as mais extremas regiões de formação estelar em nossa Galáxia”, acrescenta o estudo.
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