Pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia Sardar Vallabhbhai em Surat, na Índia, desenvolveram uma nova aplicação da inteligência artificial que pode determinar, através da voz de uma pessoa ao telefone, se ela está ou não resfriada. Essa ferramenta, projetada como um recurso para telediagnósticos, pode ter um impacto significativo no mundo do trabalho. Segundo a revista britânica The Economist, essa tecnologia poderia potencialmente detectar um empregado que estivesse tentando tirar uma folga ao fingir estar doente.
Além disso, cientistas estão explorando o uso do reconhecimento vocal para diagnosticar outras condições, como a doença de Parkinson, depressão e alguns cânceres de cabeça e pescoço que afetam os padrões vocais. Essas descobertas podem possibilitar o diagnóstico remoto de condições médicas sem a necessidade de visitas caras e demoradas a um médico.
Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da inteligência artificial partiram do princípio de que a voz humana é como um instrumento musical, produzindo múltiplas frequências de som que nunca atingem uma nota totalmente pura, mas sim harmônicos agudos. Esses harmônicos formam padrões matemáticos com frequências que são múltiplos da nota original e conferem às notas seu timbre característico. Na fala humana, os harmônicos tendem a diminuir à medida que avançam na escala de frequência e uma infecção por resfriado altera a forma dessa atenuação.
Para treinar a inteligência artificial, os pesquisadores gravaram as vozes de 630 pessoas na Alemanha, sendo 111 delas resfriadas, e dividiram os participantes em espectros de comprimento de onda. Isso permitiu identificar a frequência dominante e seus harmônicos. Os algoritmos de aprendizado de máquina foram então utilizados para descobrir padrões capazes de distinguir as vozes “resfriadas” das saudáveis. Com base nesses padrões, a inteligência artificial pode diagnosticar, de forma precisa e eficiente, a presença de um resfriado na voz de uma pessoa.
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