Cientistas da Universidade de Massachusetts em Amherst, nos Estados Unidos, desenvolveram um dispositivo chamado de “Air-gen” que pode gerar eletricidade usando basicamente nada.
A tecnologia é baseada no fenômeno natural de uma bactéria capaz de criar eletricidade com nada além da presença de ar ao seu redor.
“Estamos literalmente produzindo eletricidade do nada. O Air-gen gera energia limpa 24 horas por dia”, comenta o engenheiro eletricista Jun Yao.
A bactéria, Geobacter sulfurreducens, foi descoberta há muito tempo nas margens barrentas do rio Potomac, nos Estados Unidos. Os cientistas logo notaram que ela tinha a habilidade de produzir magnetita quando na ausência de oxigênio.
Entretanto, tempos depois, descobriram que o organismo notável também podia produzir outras coisas, como nanofios que conduziam eletricidade.
E é graças a esses nanofios de proteínas eletricamente condutivo da G. sulfurreducens que os pesquisadores conseguiram criar seu gerador movido a ar.
Mas como o dispositivo na prática funciona?
O Air-gen consiste em um filme fino de nanofios medindo apenas 7 micrômetros de espessura, posicionado entre dois eletrodos e depois exposto ao ar.
Devido à exposição ao ar, o filme é capaz de adsorver – sim, isso mesmo, com “d” – adsorver significa a adesão de moléculas de um fluido a uma superfície sólida – vapor de água a partir da atmosfera, o que por sua vez permite que o dispositivo gere uma corrente elétrica contínua entre os dois eletrodos.
A carga é criada pela umidade atmosférica. De acordo com os cientistas, a manutenção do gradiente de umidade, que é fundamentalmente diferente de qualquer coisa vista em sistemas anteriores, explica a saída contínua de tensão do dispositivo de nanofios.
“Descobri que a exposição à umidade atmosférica era essencial e que os nanofios de proteínas absorviam água, produzindo um gradiente de voltagem no dispositivo”, disse Yao.
Suas aplicações seriam em diversos dispositivos conectados que poderiam gerar energia suficiente para carregar coisas como celulares e outros eletrônicos de uso pessoal, necessitando de nada além de umidade ambiente – e isso até mesmo em regiões secas, como por exemplo, no deserto do Saara.
Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Nature.
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