A indústria automotiva busca constantemente soluções para melhorar a eficiência energética, segurança e desempenho dos veículos. A dependência do aço, um material pesado, tem levado a busca por alternativas, como as ligas de magnésio, que possuem baixa densidade e alta resistência. Porém, a falta de compatibilidade entre magnésio e ferro tem sido um grande obstáculo para a adoção em larga escala desse material.
Engenheiros japoneses conseguiram recentemente vencer esse desafio ao estabelecer um processo produtivo que permite a união mecânica entre o ferro e o magnésio. Essa conquista é motivo de comemoração para a indústria automotiva, que agora poderá utilizar as propriedades vantajosas do magnésio em novos projetos multimateriais, substituindo os aços convencionais. Com essa inovação, espera-se alcançar melhorias significativas na eficiência e sustentabilidade dos veículos.
A técnica que possibilitou a união mecânica entre o ferro e o magnésio é conhecida como lixiviação seletiva, também chamada de desmetalização, separação ou corrosão seletiva. Esse método consiste em um processo produtivo que permite a remoção seletiva de uma das camadas de material, formando uma superfície com microestruturas específicas que possibilitam a união das peças com grande resistência mecânica. Essa técnica é considerada mais eficiente do que a soldagem convencional e promete abrir novas possibilidades para a utilização de materiais leves e resistentes na indústria automotiva e em outros setores industriais.

A técnica utilizada para unir o ferro e o magnésio é um tipo de “corrosão” seletiva feita em uma solução sólida, que permite a extração seletiva de um dos componentes da liga a partir do material inicialmente homogêneo. Para unir os dois materiais, uma camada de ferro-níquel é colada no topo da peça de ferro, seguida da fixação do pedaço de magnésio e aquecimento da peça. A reação de desmetalização do níquel se difunde seletivamente no magnésio, promovendo o desenvolvimento da estrutura bicontínua de ferro e magnésio e criando uma microestrutura interligada na interface dos dois materiais.
Essa abordagem é genérica e pode ser aplicada para unir outros materiais dissimilares imiscíveis, oferecendo uma solução para a ligação mecânica entre materiais que não podem formar ligações fortes naturalmente. A equipe de pesquisadores japoneses da Universidade de Tohoku planeja utilizar a técnica para produzir novos materiais leves que possam reduzir o consumo de combustível em veículos, trens e aviões. Essa inovação promete trazer avanços significativos para a indústria automotiva e outros setores industriais, melhorando a eficiência e sustentabilidade dos veículos.
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