Um estudo publicado no Frontiers in Computational Neuroscience revela que as estruturas do cérebro humano podem operar em até 11 dimensões. O estudo foi conduzido pelo Blue Brain Project, uma iniciativa de pesquisa suíça.
“Nós encontramos um mundo que nunca tinha imaginado”, disse o neurocientista Henry Markram, diretor do Blue Brain Project e professor da EPFL, em Lausanne, na Suíça.
Para estudar o cérebro humano, uma das estruturas mais complexas da Terra, a equipe descobriu que a matemática tradicional não foi eficaz. “A matemática normalmente é aplicada para estudar redes e não conseguiu detectar as estruturas dimensionais e espaços que vemos agora claramente“, disse Markram.
Assim, os pesquisadores decidiram usar topologia algébrica, um ramo da matemática preocupada com a construção de invariantes algébricos associados a espaços topológicos que servem para distinguir entre eles. O Blue Brain Project procurou a ajuda dos matemáticos Kathryn Hess, da EPFL; e Ran Levi da Universidade de Aberdeen.
“Topologia Algébrica é como um telescópio e microscópio, ao mesmo tempo é possível ampliar as redes e encontrar estruturas ocultas -. As árvores na floresta – e ver os espaços vazios – as clareiras – tudo ao mesmo tempo”, explicou Hess.
Usando essa abordagem, a equipe experimentou em um modelo do neocortex publicada pelo Projeto Blue Brain em 2015 e no tecido cerebral reais de ratos. Esta técnica permitiu-lhes estudar detalhes de rede neural do cérebro, tanto ao nível dos neurônios individuais e da estrutura do cérebro como um todo.
Cliques e cavidades