Com base em informações do Telescópio Espacial Fermi de Raio Gama, cientistas da NASA identificaram um sinal enigmático proveniente de uma região fora da Via Láctea.
Detalhes sobre essa descoberta foram compartilhados em um artigo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters.
Após uma minuciosa análise de 13 anos de dados coletados pelo telescópio, os pesquisadores identificaram emissões de raios gama fora de nossa galáxia, geralmente associados a explosões intensas de luz energética, muitas vezes resultantes de explosões estelares.
Porém eles indicam que a descoberta do sinal foi incidental, ocorrendo durante a busca por dados das características mais antigas dos raios gama que deram origem aos primeiros átomos, um fenômeno chamado radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB).
Inicialmente, a equipe estava em busca de características relacionadas à radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), considerada a luz mais antiga do universo. Os cientistas atualmente postulam que o CMB teve origem nos estágios iniciais do universo e pode estar presente em todo o cosmos; a estrutura do CMB é do tipo dipolo, caracterizada por extremidades com temperaturas e ocupações diferentes.
Um dos autores do estudo, o professor de física teórica Fernando Atrio-Barandela, da Universidade de Salamanca, na Espanha, destacou a importância dessa medição, pois um desacordo no tamanho e na direção do dipolo CMB poderia oferecer insights sobre os processos físicos que ocorreram no universo muito primitivo, possivelmente remontando a uma época em que o universo tinha menos de um trilionésimo de segundos de idade.
Raio Gama de fora da Via Láctea
Em uma direção semelhante, astrônomos identificaram um dipolo de raios gama distante do CMB, com magnitude cerca de dez vezes maior do que o esperado.
Embora a detecção permaneça envolta em mistério, os pesquisadores sugerem que pode estar ligada a uma característica cósmica dos raios gama, indicando uma possível origem comum ainda não identificada.
Mas cientistas agora buscam localizar a fonte do misterioso raio gama, visando uma compreensão mais profunda da criação da estrutura dipolo. Essa descoberta pode oferecer insights sobre os processos físicos que ocorreram no universo primitivo, contribuindo para uma melhor compreensão de seu funcionamento.
“Identificamos um dipolo de raios gama, mas seu pico está situado no céu meridional, distante do CMB, e sua magnitude é 10 vezes maior do que o previsto pelo nosso movimento. Apesar de não ser exatamente o que procurávamos, suspeitamos que possa estar conectado a uma característica semelhante observada nos raios cósmicos de maior energia”, afirmou Chris Shrader, astrofísico da Universidade Católica da América em Washington, nos Estados Unidos.
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