Engenheiros japoneses iniciaram o maior reator de fusão nuclear do mundo, o tokamak JT-60SA, que manterá esse status até a conclusão do projeto internacional ITER. Embora a geração de plasma dentro do tokamak ainda não signifique a produção imediata de energia, a ativação representa um passo crucial e simbolicamente significativo. A inauguração formal está agendada para 10 de dezembro.
O JT-60SA representa uma notável máquina de pesquisa e desenvolvimento, sendo um reator experimental em uma escala sem precedentes. Projetado com quatro andares de altura, o reator tem a capacidade de conter um plasma aquecido a 200 milhões de graus Celsius por aproximadamente 100 segundos, superando significativamente a capacidade de todos os tokamaks construídos anteriormente.
No entanto, atingir esse objetivo exigirá alguns anos, uma vez que o principal desafio dos reatores de fusão do tipo tokamak reside na eficaz contenção do plasma dentro de campos magnéticos. O plasma, sendo um gás ionizado extremamente quente, pode derreter as paredes do reator se a contenção magnética não for adequadamente mantida.
O processo de geração de plasma no JT-60SA é gradual, começando com microssegundos e avançando para extensas análises técnicas dos dados. Este método é crucial para estabelecer a confiabilidade técnica necessária antes de tentar manter o plasma ativo por períodos mais longos.
Por ser um laboratório, o reator proporcionará aos físicos a oportunidade de estudar o comportamento do plasma, especialmente sua propensão a escapar das contenções magnéticas. As descobertas feitas durante essas análises serão aplicadas no ITER, do qual o Japão também é signatário.
Diferentemente do ITER, o JT-60SA não é simplesmente uma versão em escala reduzida. Com 15,5 metros de altura, a metade do tamanho do reator internacional, apresenta uma distinção significativa no projeto, utilizando apenas hidrogênio e seu isótopo deutério, em vez do trítio. O trítio, embora eficiente para a produção de energia por fusão nuclear, é desafiador de produzir e é radioativo. Portanto, o JT-60SA optou por uma abordagem mais segura, mas ainda relevante para estudos e avanços na pesquisa de fusão nuclear.
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