Durante muito tempo, acreditou-se que seria impossível reduzir a luz abaixo do limite de difração; contudo, nos últimos 10 anos, houve um crescimento significativo das técnicas de miniaturização da luz, que têm impulsionado várias áreas, como a tecnologia fotônica, processadores de luz, computadores mais eficientes em termos energéticos e a computação quântica. Recentemente, Liu Yang e sua equipe da Universidade Zhejiang, na China, alcançaram um avanço notável ao levar essa miniaturização da luz a um novo patamar: eles conseguiram confinar a luz em uma escala inferior à dos nanômetros, chegando aos ângstrons.
Um ângstrom (Å) corresponde a 10-10 metros, equivalente a 0,1 nanômetro ou 100 picômetros, sendo uma unidade de medida frequentemente utilizada para quantificar átomos e os espaços entre átomos em cristais.
Para alcançar a miniaturização extrema, a equipe desenvolveu uma nova tecnologia de guia de ondas, onde a luz viaja de uma fibra óptica convencional para um cone de fibras e, em seguida, para um par de nanofios acoplados, formando uma estrutura chamada CNP (Coupled-Nanowire-Pair, em inglês). Dentro do CNP, a luz se transforma em um modo chamado nano-fenda, resultando em um campo óptico altamente concentrado que pode ser reduzido a apenas 0,3 nanômetros – como demonstrado neste estudo – com notável eficiência de até 95% e um alto índice de relação sinal-ruído.

(Yang et al.)
Essa abordagem abre novas perspectivas, permitindo interações entre um campo óptico extremamente localizado e moléculas ou átomos individuais. Isso impulsiona avanços nas interações entre luz e matéria, nanoscopia de super-resolução, manipulação precisa de átomos e moléculas, bem como detecção ultrassensível.
Segundo o professor Limin Tong, líder da equipe, estamos à beira de uma nova era de descobertas, onde os reinos mais diminutos da existência estão acessíveis. A capacidade de manipular sequências espaciais, espectrais e temporais em uma única saída oferece um vasto campo de possibilidades.
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