Tratar o câncer com uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia é o melhor que podemos fazer quando confrontados. Mesmo essas não são soluções perfeitas: leva semanas e meses até que os resultados possam ser vistos, e as células saudáveis podem sofrer danos colaterais pela radiação. Felizmente, cientistas do Centro de Câncer Abramson da Universidade de Pennslyvania mostraram que esse processo não é nossa única opção.
De acordo com a pesquisa publicada no International Journal of Radiation Oncology, Biology and Physics, é possível fornecer ao paciente a mesma quantidade de radiação que normalmente receberia durante semanas. Isso pode ser feito com a radioterapia com FLASH.
Normalmente, matar células cancerígenas com radiação e drogas é bastante fácil; no entanto, os tumores gostam de se esconder e isso torna as células saudáveis ao seu redor suscetíveis a danos. A terapia de radiação leva semanas, e isso cria mais oportunidades nas quais células saudáveis podem ser afetadas. Como resultado, o paciente pode ter problemas de saúde, mesmo que o câncer seja destruído.
Com a radioterapia com FLASH, o efeito nas células cancerígenas é o mesmo, mas o dano colateral no tecido saudável é crucialmente reduzido.
O novo estudo mostra que mudar o tipo de partícula usada, ou seja, mudar elétrons para prótons, torna a radioterapia com FLASH mais eficaz. Os elétrons não penetram profundamente no corpo, o que os torna úteis apenas em tipos de câncer, como o câncer de pele.
Os pesquisadores usaram prótons, que penetram mais profundamente no corpo, para evitar problemas relacionados aos elétrons. Os prótons são úteis contra a maioria dos tipos de tumores, e os aceleradores lineares que já estão em uso nos hospitais podem ser adaptados para produzi-los.
O teste foi realizado em camundongos com tumores de flanco pancreático. Surpreendentemente, o método impediu o crescimento do câncer tão efetivamente quanto a radioterapia regular e reduziu a perda de células saudáveis.
Além disso, a terapia FLASH de prótons não causou efeitos colaterais, como fibrose intestinal, que é comum na terapia de radiação.
O próximo passo para os pesquisadores é traduzir o tratamento para ensaios clínicos e projetar um novo sistema que possa fornecer a radiação de prótons para os seres humanos.
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