Se o engenheiro é de fato um criador de soluções, deve sempre preocupar-se em manter sua criatividade em “stand by”, para que possa fazer uso dela sempre que necessário. E isso não é fácil, pois vivemos naturalmente em um mundo rotineiro, não é?
Pois é… Hábitos são salutares, tanto na vida familiar quanto na profissional; mas não podemos nos escravizar a eles, mas sim devemos, com certa frequência, particularmente na vida profissional, examiná-los para verificarmos se não nos estamos prendendo a alguns que nos forçam, inconscientemente, a adotar uma rotina prejudicial à nossa capacidade de resolver problemas. Não é à toa que as pessoas extremamente criativas têm muita dificuldade em trabalhos rotineiros…
Outro problema complicado, com o qual me deparei algumas vezes orientando novos empreendedores, é a preocupação excessiva com os detalhes de uma possível solução. A solução não vem pronta, o caminho para alcançá-la não é claro, é mais ou menos como uma estrada com nevoeiro: não se enxerga bem à frente, mas acaba-se chegando, se não tivermos pressa… Os detalhes, se exagerados, podem ser como o nevoeiro, impedindo uma visão mais ampla, na qual pode estar contida uma ótima solução. A fixação por detalhes também pode levar à uma comparação com problemas e soluções similares, tolhendo a possibilidade de criação de soluções inovadoras…
Um problema que também pode tolher a criatividade é, de certo modo, o medo da opinião dos outros profissionais que podemos julgar mais capacitados ou criativos; não que não possamos pedir essa opinião, algo que até pode ser necessário, mas sempre sem perder nossa meta ou raciocínio criativo… É bom lembrar que de certo modo todos nós somos conservadores, o que nos faz inicialmente desconfiar de algo novo ou inédito. Daí, pedir a opinião do outros é bom, e até pode ser necessário, mas sem perder a nossa linha de trabalho que poderá nos levar a uma ótima e criativa solução.
Na criação de algo novo, ou na solução criativa de um problema, não podemos nos satisfazer “de cara” com o que achamos que é bom e satisfatório. O perigo aqui é pensarmos que tudo está resolvido muito bem, o que pode ser um engano – sempre pode haver algo a melhorar, ou corrigir; daí, algumas análises críticas periódicas, antes de se chegar à solução definitiva, é um bom procedimento. No entanto, é importante que essas análises não tolham o fluxo criativo e a possível obtenção de uma ótima solução… Daí, uma boa ideia é desenvolver um MVP (Minimum Viable Product, ou Mínimo Produto Viável), que é uma versão bem simples da solução, com apenas as funções básicas operando (produto físico ou digital) ou demonstradas (software, serviços, etc.). Se for possível apresentar o MVP a um pequeno grupo de interessados ou possíveis clientes ou usuários, bem melhor…
Um perigo também é estarmos extremamente motivados com a solução que estamos pensando ser a melhor. Isso pode diminuir o campo de nossa visão criativa, e nos prender a uma só possibilidade de solução, sendo que talvez estejamos perto de outras, ainda mais originais e melhores. Nada contra a motivação: ela é necessária para trabalharmos com afinco na procura de uma boa e criativa solução, mas apenas para nos manter “ligados” na busca da melhor e mais efetiva solução…
É, minha amiga, meu amigo, exercer criatividade, algo tão necessário nos dias de hoje, é uma atividade não muito fácil de ser exercida… Mas se adotarmos algo do que conversamos neste pequeno texto, quem sabe vai virar uma atividade mais tranquila e eficaz. Boas e criativas soluções de problemas!
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