Será o 11º corte na gasolina e o 10º no diesel em resposta à queda das cotações internacionais em meio à pandemia. De acordo com a Petrobras, o preço da gasolina cairá, em média, 8%, passando a custar em suas refinarias R$ 0,91 por litro.
Desde o início do ano, a queda acumulada é de 55%. Já o preço do diesel será reduzido em 4%, em média, passando a custar 1,46 por litro. A redução acumulada para o diesel em 2020 é de 38%.
Considerando valores corrigidos pela inflação, os preços dos dois combustíveis nas refinarias estão nos menores patamares ao menos desde 2005, início da compilação dos dados pelo CBIE, Centro Brasileiro de Infraestrutura.
De acordo com especialistas do setor, o cenário reflete ao elevado nível de estoques globais dos combustíveis, já que o consumo despencou após o início das medidas de isolamento social para conter a contaminação pela Covid-19. No mundo, para se ter ideia, há notícias de empresas contratando navios como alternativa para estocar os produtos.
Dados da EIA, a agência de estatísticas do Departamento de Energia dos Estados Unidos, os estoques de gasolina naquele país atingiram 262 milhões de barris no último dia 10, um aumento de 15% em relação ao mês de dezembro de 2019.
O movimento ocorreu mesmo com uma redução de cerca de 30% na produção do combustível no mesmo período: no dia 10 de abril, a produção acumulada em 30 dias nas refinarias foi de 7 milhões de barris de gasolina, contra 9,9 milhões de barris no período de 30 dias encerrado em 12 de dezembro.
Nos postos brasileiros, o preço da gasolina continua em queda, segundo dados da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Na semana passada, o litro do combustível foi vendido, em média, a R$ 4,095, 1,3% a menos do que na semana anterior. Em 2020, a queda acumulada é de 10,1%.
Já o preço do diesel caiu 0,6% na semana passada, para R$ 3,318 cada litro. Desde o início do ano, a queda acumulada chegou a 11,5%. A queda dos preços gerou um embate entre Petrobras e usineiros, que pedem a elevação de impostos sobre a gasolina para ajudar na competitividade do etanol, que por sua vez só é vantajoso quando seu preço equivale a até 70% da gasolina.
O setor de cana-de-açucar tem apoio do Ministério da Agricultura, mas o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco diz que a medida pode prejudicar o abastecimento de gás de cozinha, que é produzido nas refinarias junto com a gasolina.
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