Um estudo conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia e da Escola Médica de Harvard revelou que fragmentos virais do coronavírus SARS-CoV-2 podem persistir no sangue por até 14 meses após a infecção inicial da COVID-19 nos Estados Unidos.
Essa descoberta lança luz sobre a possível conexão entre essas partículas virais e os sintomas prolongados da doença, conhecidos como COVID longa, que incluem fadiga persistente e névoa mental.
Coronavírus até 14 meses no sangue
Publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, o estudo aponta para a persistência desses fragmentos virais mesmo após o período agudo da infecção. Os pesquisadores analisaram amostras de plasma congeladas de 171 adultos que haviam contraído COVID-19, coletadas em três intervalos diferentes: 3-6 meses, 6-10 meses e 10-14 meses após a fase aguda da doença.

Das 660 amostras examinadas, 42 pessoas (cerca de 25% dos participantes) apresentaram partículas virais em pelo menos uma delas, persistindo até 14 meses após a infecção inicial. A proteína Spike (S), encontrada na membrana do vírus, foi a partícula viral mais comum detectada.
Os resultados do estudo indicam que a gravidade da infecção inicial está diretamente relacionada à presença desses fragmentos virais no sangue, sendo mais comum entre aqueles que foram hospitalizados. Esses indivíduos também têm maior probabilidade de desenvolver COVID longa.
Riscos a saúde
Quanto à possível ligação entre a persistência viral e a COVID longa, os autores destacam a necessidade urgente de pesquisas adicionais para entender melhor as manifestações clínicas dessa persistência viral, incluindo seus impactos nos sintomas crônicos pós-agudos, como fadiga e dificuldades cognitivas, bem como em complicações incidentais, como eventos cardiovasculares.
É importante ressaltar que o estudo tem suas limitações, especialmente em relação ao período de coleta das amostras, que ocorreu em 2020, quando as vacinas ainda não estavam amplamente disponíveis e a exposição inicial ao vírus era predominante.
Portanto, as descobertas podem não refletir necessariamente a situação atual da pandemia, sugerindo a necessidade de pesquisas complementares para compreender melhor a evolução da COVID-19 em uma população amplamente vacinada.
Fonte: The Lancet Infectious Diseases
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