Um estudo conduzido pela Universidade de Nebraska revelou uma associação entre o uso de vape por adolescentes, entre 13 e 17 anos, nos Estados Unidos, e a potencial exposição a metais pesados, como chumbo e urânio.
Testes de urina indicaram que adolescentes que usam vape regularmente apresentam níveis mais elevados de chumbo e urânio em comparação com aqueles que não utilizam cigarros eletrônicos de forma regular. Essa descoberta levanta preocupações sobre os possíveis impactos negativos no desenvolvimento do cérebro e dos órgãos desses jovens.
Ligação entre vape, urânio e chumbo
Publicado na revista científica BMJ, o estudo analisou os testes de urina de 200 adolescentes norte-americanos que usam vape, também conhecido como pod ou e-cig. Os adolescentes foram divididos em três grupos com base na frequência de uso: ocasional, intermitente e frequente.
- Uso de vape ocasional: uma vez por dia ou menos;
- Uso intermitente: oito vezes por dia;
- Uso frequente: 27 vezes por dia.
Tanto os usuários intermitentes quanto os usuários frequentes apresentaram níveis mais elevados de chumbo na urina do que os usuários ocasionais. Além disso, os usuários frequentes também apresentaram níveis mais elevados de urânio na urina em comparação com os usuários ocasionais, especialmente se preferiam vapes com sabores adocicados.
Limitações da pesquisa sobre vapes em adolescentes

Apesar das descobertas, a pesquisa não estabelece uma relação causal entre o uso de vape e a presença de metais pesados. Não foi investigado se o uso do dispositivo provoca o aumento dos níveis de chumbo e urânio, e fatores como exposição a água ou alimentos contaminados não foram considerados.
Além disso, a falta de um grupo controle composto por adolescentes que não usam vape limita a interpretação dos resultados. Apesar das limitações, o estudo indica direções para pesquisas futuras.
Especialistas como Lion Shahab, professor da University College London, e Kevin McConway, professor Open University, concordam que os cigarros eletrônicos não são isentos de riscos, especialmente para adolescentes.
No entanto, eles ressaltam a necessidade de considerar as limitações do estudo e sugerem que as descobertas devem ser vistas como um ponto de partida para pesquisas futuras, que poderiam investigar diretamente os impactos na saúde dos participantes.
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