O Romi Isetta foi o primeiro carro produzido no Brasil e serviu como inspiração para o Microlino 2.0, um carro elétrico lançado pela Micro Mobility Systems em setembro de 2021. Em setembro de 2023, o Romi Isetta completará 67 anos de sua estreia no Brasil.
Na verdade, o Romi Isetta não foi desenvolvido por brasileiros. O carro nasceu na Itália, em 1952, pelas mãos de Ermenegildo Pretti, engenheiro aeronáutico, e de Pierlugi Raggi. Ele foi apresentado no Salão do Automóvel de Turim do mesmo ano, após ter sido produzido pela Iso Autovericoli, empresa que, até então, desenvolvia somente triciclos.
O Romi Isetta foi introduzido no Brasil em 1956 pelas Indústrias Romi, uma empresa sediada em Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo. A Iso, empresa italiana que havia criado o carro, cedeu os direitos de produção para as Indústrias Romi, que passaram a fabricar o veículo sob o nome de Isetta, um diminutivo de Iso em italiano. Quando combinado com o nome da fabricante brasileira, o carro ficou conhecido como o Romi Isetta.
O Romi Isetta era um carro compacto e leve, pesando apenas 350 quilos. Tinha medidas de 2,28 metros de comprimento por 1,38 m de largura e um visual único, com uma porta dianteira que, quando aberta, levava junto a coluna de direção.
Outra característica interessante do carro era o banco único, projetado para acomodar dois adultos de porte médio e uma criança pequena.
O Romi Isetta foi inicialmente produzido com um motor dois tempos bicilíndrico que oferecia 9,5 cavalos de potência e permitia que o carro alcançasse uma velocidade máxima de 85 km/h. O conjunto mecânico incluía um câmbio de quatro marchas e o carro podia percorrer até 25 km com um litro de gasolina. Esta configuração se manteve até 1959, quando o motor passou a ser fabricado pela BMW. A partir daí, o Romi Isetta foi equipado com um motor quatro tempos monocilíndrico de 298 cilindradas e 13 cavalos de potência, que também permitia alcançar uma velocidade máxima de 85 km/h.
Desde o lançamento, em 5 de setembro de 1956, quando uma caravana com os primeiros 16 carros produzidos no Brasil desfilou pelo centro de São Paulo, cerca de 3 mil unidades do Romi Isetta foram fabricadas. Jânio Quadros, então governador de São Paulo, chegou a dar uma volta no carro e o lançamento foi notícia nos principais jornais da época, como a Folha da Noite, que anunciou o “primeiro automóvel brasileiro, 70% nacional”, se referindo à proporção de peças produzidas no país.