A trajetória das sondas Voyager 1 e 2 pelo espaço é marcada por um desafio constante: a intensa exposição aos raios cósmicos, uma realidade que pode explicar os problemas enfrentados por essas espaçonaves icônicas. Alan Cummings, físico especializado em raios cósmicos na NASA e membro do programa Voyager desde seu início, destaca a gravidade dessa situação.
Lançadas na década de 1970, as sondas ultrapassaram os limites da heliosfera, a bolha protetora formada pelas partículas emanadas pelo Sol. Esse feito significa que agora estão expostas a um perigo ainda maior.
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Os raios cósmicos são compostos por partículas minúsculas viajando a velocidades próximas à da luz, muitas delas provenientes de supernovas, cujas ondas de choque têm o poder de acelerar partículas. Apesar de os cientistas terem previsto esses riscos, as Voyager foram equipadas com componentes e escudos resistentes à radiação, especialmente nos sistemas mais sensíveis. No entanto, essas medidas não garantem proteção total.
Como observa Cummings, “A galáxia está repleta de raios cósmicos galácticos”. Sem a proteção da heliosfera, as sondas estão sujeitas a um impacto direto dessas partículas, enfrentando uma verdadeira tempestade cósmica. Ele compara a situação a “desviar de balas lá fora”.
Essa exposição prolongada pode explicar as falhas que surgiram ao longo dos anos. Em 2010, a Voyager 2 começou a enviar dados com erros para a Terra, um problema que a NASA conseguiu corrigir.
Cummings suspeita que isso tenha sido causado por um raio cósmico que danificou a memória computacional da sonda. Mais recentemente, a Voyager 1 enfrentou dificuldades semelhantes, com a interrupção do envio de dados científicos e de engenharia devido à corrupção de um componente em seu computador de bordo.
Cummings reconhece as limitações de diagnosticar erros em espaçonaves tão distantes, mas aponta para os raios cósmicos galácticos como os principais suspeitos por trás desses problemas persistentes. A jornada das Voyager, portanto, não é apenas uma exploração do espaço distante, mas também uma batalha contínua contra as forças cósmicas que ameaçam sua integridade.
Fonte: Mashable
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